Peru cobra ex-presidente e envolvidos por suborno da Odebrecht
Diário do Poder
Nessa sexta-feira (17), o Peru exigiu, para reparação civil, US$ 61 milhões de vários acusados em um caso de suborno da construtora brasileira Odebrecht, incluindo o ex-presidente Alejandro Toledo Manrique e um ex-representante da empresa no país.
O pedido foi feito por uma procuradora do Peru ao juiz Richard Concepción, que na semana passada aceitou a acusação e o pedido de prisão preventiva de Toledo por supostamente ter recebido US$ 20 milhões para ajudar a Odebrecht a obter a licitação de uma estrada.
Em uma audiência judicial, a procuradora Katherine Ampuero pediu para que Toledo, seu amigo e testa de ferro, Josef Maiman, o ex-representante da Odebrecht, Jorge Barata, e outras cinco pessoas envolvidas no escândalo pagassem pelos danos. No ano passado, a Odebrecht admitiu ao Departamento de Estado dos Estados Unidos que pagou cerca de US$ 800 milhões em subornos a políticos de vários países latino-americanos. (Associated Press)
0 Comentários
A Odebrecht declarou ter pagado US$ 29 milhões em propinas no Peru entre 2005 e 2014 para ganhar licitações em obras de infraestrutura em um período que envolve os governos de Alejandro Toledo (foto) (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016)
EFE
A procuradora Katherine Ampuero cobrou nesta sexta-feira o pagamento de 200 milhões de sóis (US$ 61 milhões) de indenização ao ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, e ao ex-diretor da Odebrecht Jorge Barata, entre outros envolvidos, pelo escândalo de propinas da empresa no país sul-americano.
Em audiência, a procuradora detalhou que o pedido engloba Barata - que admitiu ter pagado US$ 20 milhões em propina ao ex-mandatário -, além do próprio Toledo e seu amigo Josef Maiman, empresário que supostamente recebeu como "laranja" o dinheiro em contas no exterior.
A procuradora também cobrou indenização do ex-vice-ministro de Comunicações do segundo mandato do ex-presidente Alan García, Jorge Cuba, e sua esposa, Jessica Tejada, além dos ex-funcionários Edwin Luyo, Miguel Navarro e Mariella Hortas. Jorge Cuba e os outros processados - todos detidos, com exceção de Hortas - são acusados de terem recebido uma propina de US$ 2 milhões para facilitarem que a Odebrecht ganhasse a licitação para a construção da Linha 1 do metrô de Lima. "O dano extrapatrimonial contra o Estado, a sua imagem e a institucionalidade do país é incalculável", afirmou a procuradora do caso. Na quinta-feira, o ex-presidente García disse que saber que Jorge Cuba e outros receberam dinheiro durante seu governo foi "uma facada nas costas". A Odebrecht declarou ter pagado US$ 29 milhões em propinas no Peru entre 2005 e 2014 para ganhar licitações em obras de infraestrutura em um período que envolve os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016). Alejandro Toledo é suspeito de receber US$ 20 milhões em propina para favorecer a Odebrecht no Peru. Ele classificou as acusações de 'caça às bruxas' e afirmou que não cometeu crimes.
EFE
O ex-presidente peruano Alejandro Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006 e teve prisão decretada na quinta-feira (9) por suspeita de ter recebido US$ 20 milhões em propina para favorecer a Odebrecht, afirmou neste domingo (12) que não é um fugitivo da Justiça e reivindicou a presunção de inocência.
Em comunicado oficial divulgado em sua conta pessoal no Twitter, Toledo afirmou que não havia acusações contra ele na Justiça peruana quando saiu do país e disse que vai defender seu nome com a condição de que não o "prejulguem" culpado.
O ex-presidente é procurado desde quinta-feira (9), quando um juiz peruano expediu uma ordem de prisão nacional e internacional contra Toledo. A promotoria do país pediu prisão de 18 meses à Justiça, e ele responde como cidadão comum pelos supostos crimes porque sua imunidade parlamentar como ex-presidente acabou cinco anos após ter deixado o cargo. 'Caça às bruxas' Foi a primeira manifestação pública dele desde que foi emitida a ordem judicial. Toledo afirmou que o juiz Richard Concepción o acusou de crimes que não cometeu e que o magistrado não pode provar. Ele também qualificou as acusações como "uma caça às bruxas" e garantiu que chamá-lo de "fugitivo" é uma distorção maquiavélica e política. A suspeita é que Toledo esteja em San Francisco, na Califórnia, onde vive atualmente. Ele trabalha na Universidade de Stanford e é suspeito de ter cometido os crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro em troca da concessão da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano da costa do Pacífico até a fronteira com o Brasil. A declaração ocorre após o atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pedir ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que avalie a deportação de Toledo. Eles conversaram por telefone em meio à incógnita do paradeiro do ex-presidente devido a rumores de que ele viajaria dos EUA para Israel. Segundo ministro peruano do Interior, Carlos Basombrío, Toledo ainda pode sair com liberdade dos EUA porque a Justiça americana ainda não ordenou sua detenção. Basombrío afirmou que os EUA pediram à Promotoria mais informações sobre os motivos para a captura de Toledo. Escândalo da Odebrecht Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos EUA, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história". A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o acordo. Toledo é a primeira grande figura da política peruana envolvida no escândalo de corrupção da Odebrecht, que admitiu à Justiça americana ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014 - período que compreende os governos de Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016). No período, a construtora participou de mais de 40 projetos no Peru, que envolveram cerca de US$ 12 bilhões em gastos públicos. Os peruanos compõem a segundo maior grupo de trabalhadores da empresa, atrás apenas dos brasileiros - dos 128 mil funcionários do grupo, cerca de 10 mil são peruanos. Atingido pela central brasileira de corrupção, Alejandro Toledo pode ir direto para a cadeia se for extraditado para o Peru, mas a ruiva de sua vida vai dar trabalho
Por Vilma Gryzinski | Veja
É de dar inveja aos brasileiros que se impressionam com o número de poderosos recolhidos no sistema prisional de Curitiba: o Peru pode ter, em algum momento do futuro próximo, dois ex-presidentes na cadeia.
Alberto Fujimori, descendente de japoneses apelidado de El Chino, já cumpre pena por uma lista que começa com nada menos que crimes contra a humanidade.
Alejandro Toledo, o primeiro presidente com plena ascendência indígena chamado de El Cholo, está com prisão preventiva de um ano e meio decretada e cabeça a prêmio, com recompensa equivalente a quase 100 mil reais a quem facilitar sua localização. A Lava Jato peruana já identificou 11 milhões de dólares, de um total de 20, repassados ilicitamente pela construtora brasileira que irradiou corrupção entre os suspeitos de sempre de um colar de países latino-americanos e até figuras políticas mais insuspeitas. Os principais envolvidos, incluindo um diretor local, da empresa cantaram tudo desde que foram submetidos ao modus operandi da central brasileira de investigação de corrupção: ou fala ou se ferra. O método pode dar resultados interessantes se eventualmente for incluída no pacote a mulher de Toledo, Eliane Karp, uma antropóloga especializada em rituais de magia de povos indígenas da região de Cuzco e práticas políticas de outras fronteiras selvagens da América Latina. Protegida pela distância e pelos passaportes – nasceu em Paris, belga e israelense e americana -, Eliane está soltando a língua que a tornou nada simpática na época em que foi uma primeira-dama do barulho. Por rede social, ela ameaçou diretamente o atual presidente, Pedro Pablo Kuscynski, conhecido pelas iniciais. Ele foi ministro da Economia e primeiro-ministro durante o governo de Alejandro Toledo e tem uma reputação comparativamente impecável. “Que vergonha, PPK. Você, que fez tantos negócios e lobbies, não me faça falar. Eu sei o que você fez da última vez”, escreveu ela. A última frase foi em inglês, como uma versão modernizada do filme de terror adolescente. Estava furiosa como uma operação policial na casa do casal em Camacho, um “conto surrealista”, “sem provas”, “amparado numa lei do Congresso de maioria fujimorista”, “sem a presunção de inocência”, emanada de um “judiciário altamente politizado”, insuflada por uma “imprensa que decida, acusa e pressiona” os promotores. Fora a parte fujimorista, nada que não tenhamos visto antes, incluindo a ameaça direta ao presidente. “Não sei, não falo inglês”, tentou brincar PPK, que fez boa parte de sua carreira de economista nos Estados Unidos e renunciou à cidadania americana para assumir a presidência, aos 78 anos, como um técnico sem carisma, mas digno de crédito, ao contrário dos populares e complicados antagonistas Fujimori e Toledo. El Cholo foi eleito na esteira do extraordinário e autoritário desastre que El Chino comandou na etapa tardia de seu governo. Toledo parecia bom demais para ser verdade: filho de uma família miserável, ex-engraxate que conseguiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, chegou a Stanford e começou governando com uma abrangente proposta de união nacional. Governou também numa parceria complicada com a mulher, com quem se reconciliou durante uma viagem a Israel depois de seis anos de separação. Com sua flamejante cabeleira, e seu destempero verbal Eliane Chantal Karp Fernenburg tinha uma imagem popular devido à defesa dos direitos da população indigena, que e majoritária no Peru. Era admirada como “a mulher mais inteligente do Peru”. O poder não fez bem ao casal, um fenômeno que aconteceu com outros defensores de nobres ideais esquerdistas. Néstor e Cristina Kirchner na Argentina, Daniel Ortega e Rosario Murillo na Nicarágua, Mauricio Funes e a brasileira Vanda Pignato, enquanto durou o casamento, em El Salvador, todos foram acometidos,em graus variados por males tristemente conhecidos. Alguns transformaram-se no oposto absoluto, como retratos perversamente invertidos, do que defendiam em termos de honestidade e honradez. Eliane foi acusada de depositar na própria conta um cheque de 10 mil dólares destinado a vítimas de um terremoto, de transferir para laranjas do marido cinco milhões de dólares de um fundo para povos andinos e usar a mãe, sobrevivente do genocídio nazista contra os judeus, para comprar uma casa de luxo. “Sei que me chamam de princesa belga pelas costas, mas as massas me amam”, disse certa vez, como uma Evita andina. Eliane, que é professora em universidades importantes, incluindo Stanford, não está envolvida nas denúncias contra o marido e dificilmente vai parar de brigar pelo Facebook. Mas os antecedentes brasileiros indicam que casais que fazem política juntos também continuam unidos nas encrencas. Ameaças de delação proferidas à distância são bem diferentes de acordos de cooperação feitos sob o peso da justiça. Em quaisquer circunstâncias, não faltará gente interessada no que Eliane tem a dizer. Pedido de prisão preventiva de Alejandro Toledo (2001 - 2006) será avaliado por juiz.
Por G1
A promotoria peruana afirmou nesta terça-feira (7) que pediu a um tribunal a prisão por 18 meses do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber subornos milionários da construtora brasileira Odebrecht.
O pedido de prisão preventiva de Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006, será avaliado pelo juiz Richard Concepción, disse o Poder Judiciário em sua conta no Twitter. O pedido deve ser avaliado em um prazo máximo de 48 horas por um juiz que, se aceitar o pedido, expede a ordem de captura do ex-presidente, que atualmente está no exterior.
Toledo, que governou o Peru entre 2001-2006, responde como cidadão comum, pois sua imunidade parlamentar como ex-presidente venceu cinco anos após ter deixado o cargo. A Justiça investiga Toledo por lavagem de dinheiro e tráfico e influência. Apoiada em um testemunho do ex-gerente da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, sua empresa pagou US$ 20 milhões como propina ao governo de Toledo para realizar a construção da estrada interoceânica que liga o Peru ao Brasil. Nos documentos do Ministério Público divulgados pela imprensa peruana, Barata conta que o intermediário foi o então chefe de segurança de Toledo, o israelense Avraham Dan On. Ele assegura que o dinheiro foi depositado nas contas do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo do ex-presidente e que chegou a ser citado na lista da revista Forbes. Suborno na América Latina A Odebrecht carrega uma dívida cada vez maior desde que seu envolvimento nos crimes apurados na operação Lava Jato veio à tona. Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de suborno na América Latina. A Odebrecht admitiu o pagamento de US$ 29 milhões a funcionários peruanos em troca de contratos para obras no país entre os anos de 2005 e 2014, segundo documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ). No período, a construtora participou de mais de 40 projetos no Peru, que envolveram cerca de US$ 12 bilhões em gastos públicos durante os governos de presidentes: Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala. No relatório de administração da Odebrecht de 2016-2016, a empresa cita entre seus principais negócios obras dos projetos de Irrigação Olmos e Chavimochic, da Central Hidrelétrica Chaglla, da Vía de Evitamiento de Cusco e do Porto Matarani. A empresa também administra concessões de rodovias no Peru. Depois dos brasileiros, os peruanos compõem a maior parte do quadro de trabalhadores da empresa. Dos 128 mil funcionários da empresa no grupo, cerca de 10 mil são peruanos. Propina em 12 países Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história". A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Na Colômbia, a empresa admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014. O ex-presidente Alejandro Toledo teria recebido pelo menos US$ 11 milhões da Odebrecht
France Presse
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, classificou no domingo (5) de "traição" e "vergonha" para seu país os supostos atos de corrupção do ex-presidente Alejandro Toledo, suspeito de receber subornos da Odebrecht.
"Se tudo isso for confirmado, é uma grande vergonha, uma traição ao Peru e uma falta de respeito a nós, seus colegas, que tanto nos esforçamos para fazer um bom governo", disse o chefe de Estado à W Radio, da Colômbia.
Kuczynski afirmou se sentir "muito triste" com a informação divulgada na noite de sexta-feira (3) pela imprensa peruana de que o governo de Toledo (2001-2006) recebeu US$ 20 milhões em subornos de parte da Odebrecht, em troca da licitação da obra da rodovia interoceânica que une o Brasil ao Peru. Desse dinheiro, o ex-presidente teria recebido pelo menos US$ 11 milhões. No sábado (4) houve uma operação na casa do ex-presidente, com a apreensão de cofres, caixas e vídeos. A Odebrecht admitiu ter pago 29 milhões de dólares em subornos do Peru, entre 2005 e 2014. Esse período abarca os governos de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala, que também está sendo investigado por lavagem de dinheiro. Odebrecht subornou Alejandro Toledo, ex-presidente do Peru, de forma parcelada
Diário do Poder
O ex-presidente peruano Alejandro Toledo Manrique recebeu US$ 20 milhões em suborno da Odebrecht, de acordo o jornal La Republica. Os pagamentos foram realizados de maneira escalonada a partir de 2005, período final de seu mandato presidencial, até o ano de 2008, já no governo de seu sucessor Alan García.
A operação ocorria com base em contratos para a construção da estrada Interoceânica, que liga Peru com o Brasil, apontaram fontes da procuradoria do Brasil e do Peru. O dinheiro, apontou o jornal, tramitou por meio de companhias offshore gerenciadas por Joseff Maiman Rapaport, um amigo do ex-presidente peruano.
A publicação se baseou ainda na declaração de um colaborador eficaz e informações bancárias do Panamá, Costa Rica e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
\n\n\n
|
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
Categorias
Todos
|