O jantar não foi informado na agenda oficial do presidente nem dos ministros.
Naira Trindade | O Estado de S.Paulo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, serviu um jantar em sua casa para o presidente Michel Temer e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha na noite desta terça-feira, 27.
Oficialmente, o Planalto diz que o encontro já estava marcado há muito tempo e era para tratar de reforma política. Mas o jantar não foi informado na agenda oficial do presidente nem dos ministros.
Um dia após o encontro, porém, Temer decidiu escolher a subprocuradora Raquel Dodge para suceder Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República. A escolha dela tem o aval de Gilmar Mendes.
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O ministro da Casa Civil é citado em dois inquéritos autorizados pelo STF. Defesa de Padilha disse que só falará nos autos.
Por G1
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é suspeito de cobrar propinas em nome do PMDB e do presidente Michel Temer para financiar campanhas eleitorais, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Padilha teria recebido, em duas ocasiões, ao menos R$ 8 milhões.
A defesa do ministro, representada pelo criminalista Daniel Gerber, afirma que todo e qualquer conteúdo de investigações será debatido exclusivamente dentro dos autos.
Fachin autorizou as investigações a partir do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Na primeira investigação, com base na delação feita por Paulo Cesana, ex-presidente da Odebrecht Transport, Padilha teria recebido um pagamento de R$ 4 milhões de Paulo Henrique Quaresma, após pedido feito à Odebrecht por Moreira Franco, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência - então ministro da Aviação Civil. A Odebrecht queria garantir clausulas para uma rodada de concessão de aeroportos. O ministro da Casa Civil também teria participado de um jantar com Marcelo Odebrecht e Temer no Palácio do Jaburu, no qual teria solicitado o repasse de R$ 10 milhões para a campanha eleitoral. O valor seria dividido em R$ 6 milhões para Paulo Skaf e R$ 4 milhões para Padilha. Em um segundo inquérito, os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-diretor de infraestrutura da empreiteira, e Valter Luis Arruda Lana, ex-diretor da empresa no Sul, afirmaram que Padilha se envolveu na cobrança de vantagens indevidas na execução de um contrato para a construção de uma linha de trem entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. O contrato valia R$ 323.977.829,28. Segundo a investigação, Padilha pediu o pagamento de 1% do valor para interferir na licitação. Isso ocorreu entre o fim de 2008 e o início de 2009. O pagamento foi realizado, segundo o Ministério Público, por meio do Setor de operações Estruturadas da Odebrecht. Ministro da Secretaria Geral da Presidência teria agido ao lado de ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Assessoria diz que ele não irá comentar o caso.
Por G1
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco (PMDB-RJ) teria solicitado propina para ajudar a financiar campanhas eleitorais de 2014, em nome de seu partido e de Michel Temer, segundo depoimentos citados em inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
A assessoria do ministro Moreira Franco informa que ele não vai comentar o assunto.
O nome dele aparece ao lado do de Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, nos depoimentos de José de Carvalho Filho, Cláudio Melo Filho, Marcelo Bahia Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Paulo Henyan Yue Cesena. Fachin autorizou as investigações a partir do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. De acordo com o inquérito, o Ministério Público afirma que “há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistentes na solicitação de recursos ilícitos em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais”. Citando especificamente Moreira Franco em seu depoimento, Paulo Cesena diz que o então ministro da Aviação Civil participou de uma reunião com a Odebrecht na qual foi discutida a manutenção de cláusulas que aumentariam a chance de a empresa vencer uma segunda rodada de concessões aeroportuárias. Além disso, Benedicto Barbosa da Silva relata um repasse de R$ 4 milhões, solicitado por Franco ao grupo empresarial, e pago a Eliseu Padilha, a pretexto da campanha eleitoral de 2014. Documentos apresentados pelos colaboradores apontam pagamento a uma pessoa com apelido “Primo”, em localidades que correspondem ao escritório de Eliseu Padilha, de acordo com o inquérito. Michel Temer (PMDB) é citado em pedidos de abertura de 2 inquéritos, mas tem 'imunidade temporária'11/4/2017 Procuradoria não pediu investigação sobre o presidente, porque ele não pode responder por crimes anteriores ao mandato.
Por G1
O presidente Michel Temer foi citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos relacionados às delações da Odebrecht, mas, em razão da "imunidade temporária" que ele possui, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não o incluiu na "lista do Janot". O presidente não pode ser investigado por crimes que não aconteceram no exercício do mandato.
O primeiro inquérito investiga dois ministros do atual governo por suspeita de pedir propina para a campanha eleitoral de 2014: Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa, e Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, ambos do PMDB. Segundo o Ministério Público, "há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistente na solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais".
O segundo investiga o senador Humberto Costa (PT-PE) por suspeita de recebimento de propina. Segundo documento assinado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), há "menção à possível participação do atual presidente da República, Michel Temer, em virtude de suposta reunião da qual teriam participado Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, ocorrida em 15 de julho de 2010 em São Paulo". No mês passado, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, confirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que se reuniu com Temer para discutir doações para a campanha eleitoral de 2014. O ex-diretor de relações institucionais do Grupo Odebrecht, Claudio Melo Filho, já havia afirmado em delação premiada que foi acertada uma contribuição de R$ 10 milhões ao PMDB. Na época em que a informação veio à tona, o Palácio do Planalto informou que o presidente repudiava "com veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho. Na tarde desta terça-feira (12), o jornal "O Estado de S. Paulo" informou que Edson Fachin autorizou a abertura de 76 inquéritos, que envolvem 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores, além de 1 ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e outras 23 pessoas, como base na delação da Odebrecht. Os oito ministros do governo Temer que estão entre os alvos de investigações são: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Blairo Maggi (Agricultura), Bruno Araújo (Cidades), Marcos Antônio Pereira (Comércio Exterior) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Segundo informou o Jornal Nacional, Michel Temer deixou claro que vai seguir a linha estabelecida antes: aberturas de inquérito não provocam mudanças no governo. Se houver pedido de denúncia e ela for aceita, então o ministro será afastado. Se virar réu, o ministro será demitido. O governo teme agora o efeito da lista de Fachin na aprovação de reformas no Congresso, como a previdenciária e a trabalhista. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi chamado nesta noite para ir ao Palácio do Planalto. A reunião não estava na agenda do presidente. Eliseu Padilha (PMDB) passou endereço para entrega de dinheiro, diz ex-executivo da Odebrecht24/3/2017 José de Carvalho Filho afirma ao TSE que ministro da Casa Civil indicou locais, incluindo escritório de José Yunes, para pagamento de R$ 4 milhões ao PMDB
Rafael Moraes Moura, Beatriz Bulla, Breno Pires e Fábio Serapião | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho disse que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), lhe passou todos os endereços para o pagamento de R$ 4 milhões destinados ao PMDB durante a campanha eleitoral de 2014.
Um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer (PMDB), informou Carvalho Filho ao ministro Herman Benjamin. Benjamin é o relator no TSE da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Temer cometeu abuso de poder politico e econômico para se reeleger.
Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. “Todos os endereços, esses e os outros que eu não me lembro me foram dados pelo Eliseu Padilha”, disse Carvalho Filho. Segundo o ex-executivo da Odebrecht, a distribuição dos recursos foi determinada pelo executivo Marcelo Odebrecht. “Procurei depois o Eliseu Padilha, no escritório dele, comentei o fato, ele já sabia, evidente, e solicitei dele os endereços que eles poderiam receber e quem fez essa operação foi Operações Estruturadas. A sistemática era: eu chegava expor até ele e ele me fornecia o endereço, eu transmitia ao sistema de Operações Estruturadas a sra. Maria Lúcia (ex-secretária da Odebrecht), que uns dias depois, me entregava uma senha. Eu pessoalmente entregava essa senha, entreguei essa senha ao Sr. Eliseu Padilha”, afirmou José de Carvalho Filho. “E a partir dali, eu não tinha como e nem sabia como as coisas eram operacionalizadas. Então, esclarecendo que tive com ele (Padilha) quatro ou cinco vezes para pegar esse endereço e voltei novamente para pegar essas senhas”, completou o ex-executivo da Odebrecht. De acordo com Carvalho Filho, os valores seriam repassados ao PMDB via Eliseu Padilha. Discussão Carvalho Filho também afirmou ter recebido na época uma “ligação extemporânea” do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentando que não havia recebido R$ 500 mil. “Tivemos uma discussão acalorada ao telefone. Achei estranho e comuniquei ao Cláudio (Cláudio Melo, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht): 'Cláudio, o fato foi esse e vamos esclarecer junto ao Eliseu'. Logo depois fomos ao Eliseu e esclarecemos. Ele achou muito estranho este fato e disse: ‘Olha, se o endereço que eu dei e se fosse realmente entregue, o Sr. Yunes é uma pessoa de mais ou menos setenta anos, é de minha confiança, dificilmente não teria registrado isso”. Isso causou um constrangimento a mim. (…) O mal-estar permaneceu e a empresa tomou, deliberou fazer outro pagamento de 500 (quinhentos) mil reais no valor, aquele que deu origem ao processo em discussão", afirmou o ex-executivo. Carvalho Filho disse não ter controle da planilha de distribuição de recursos. “A minha ação é entregar, tomar o endereço do Sr. Padilha e entregar à sra. Lúcia e a Sra. Lúcia me dava uma senha que eu repassava”, explicou. O ex-executivo da Odebrecht também não soube dizer que outros parlamentares do PMDB foram beneficiados com parte dos R$ 4 milhões. Sobre o lobista Lúcio Funaro, apontado por investigadores da Operação Lava Jato como operador de Eduardo Cunha, Carvalho Filho respondeu: "Nunca vi o Lúcio Funaro, nunca estive com o Lúcio Funaro e não sei quem é o Lúcio Funaro". Procurada pela reportagem, a assessoria de Padilha comunicou que o ministro não vai se pronunciar sobre o vazamento do depoimento." Depoimentos No dia 14 deste mês, o ministro Herman Benjamin negou pedido apresentado pela defesa de Dilma Rousseff para que Padilha e Yunes prestassem depoimentos na Justiça Eleitoral. "Não houve referência, no conjunto probatório até aqui produzido, de fatos concernentes à atuação de Eliseu Padilha ou José Yunes que tenham correlação direta com o objeto desta causa, isto é, o financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014", escreveu Benjamin em sua decisão. Herman Benjamin nega pedido de Dilma Rousseff (PT) para tomar depoimento de Eliseu Padilha (PMDB)14/3/2017 Ministro-relator do TSE manteve a tarja em citações a Aécio Neves (PSDB)
Diário do Poder
Relator da ação que pode levar à cassação do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta terça-feira, 14, pedido apresentado pela defesa de Dilma Rousseff (PT) para que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-assessor especial da Presidência José Yunes prestassem depoimentos à Justiça Eleitoral.
A decisão do ministro foi tomada no âmbito da ação que apura se a chapa encabeçada pela petista, de quem Temer foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger nas eleições de 2014.
Herman Benjamin também decidiu manter a decisão de 'tarjar' os trechos que mencionam o senador Aécio Neves (PSDB-MG) nos depoimentos dos delatores da Odebrecht. O pedido da defesa de Dilma Rousseff para que Padilha e Yunes fossem ouvidos foi apresentado ao TSE depois de o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho ter afirmado em depoimento à Corte Eleitoral na última sexta-feira, 10, que o atual ministro da Casa Civil recebeu pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB. As senhas tinham os seguintes nomes: "Foguete", "Árvore", "Morango" e "Pinguim". Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. "Não houve referência, no conjunto probatório até aqui produzido de fatos concernentes à atuação de Eliseu Padilha ou José Yunes que tenham correlação direta com o objeto desta causa, isto é, o financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014", escreveu Herman Benjamin em sua decisão. "Consoante já se afirmou linhas acima, este feito eleitoral não pode servir como um centro de investigação de ilícitos penais que, em tese, envolvam todo o setor político brasileiro", ressaltou o ministro. A defesa de Dilma também pediu ao ministro que fossem excluídas do processo as "falsas acusações" de delatores da Odebrecht, mas por se tratar de uma matéria de mérito, o ministro destacou que o tema será apreciado durante o julgamento da ação, e não agora. Partidos Ao mencionar o pedido da petista para que fossem ouvidos os presidentes dos nove partidos políticos que compuseram a coligação vencedora das eleições presidenciais de 2014, Herman Benjamin observou que intimá-los para prestar depoimentos é "irrelevante". "O que, por certo, motivou o presente pedido foi a menção, em depoimentos de executivos da Odebrecht, de suposto pagamento a favor de alguns partidos (PDT, PCdoB, PRB e PROS), em troca do apoio à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014", disse Herman Benjamin, ao fazer referência ao teor de alguns depoimentos, que correm sob sigilo. Em depoimento prestado ao TSE, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PCdoB e PRB, em um total de R$ 21 milhões. Já o ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis afirmou que foram pagos R$ 4 milhões ao PDT para obter o apoio do partido à chapa presidencial de Dilma e Temer. Herman determinou que os presidentes dos partidos mencionados nos depoimentos apresentem declarações escritas dentro de um prazo de três dias. Mencionado em depoimentos de delatores da empreiteira, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega deverá fazer o mesmo. O ministro ainda considerou encerrada a fase de coleta de provas nas gráficas VTPB, Focal e Rede Seg, contratadas pela chapa Dilma/Temer. Também marcou para a próxima quinta-feira, 16, às 18h, um novo depoimento de Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha de Dilma, que será ouvido por videoconferência. Senhas usadas por Eliseu Padilha (PMDB) eram Foguete, Árvore, Morango e Pinguim, diz delator11/3/2017 Códigos bizarros liberavam pagamentos da Odebrecht ao PMDB
Diário do Poder
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu da Odebrecht pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB, segundo informou o ex-executivo José de Carvalho Filho em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feir, 10. As senhas eram as seguintes: Foguete, Árvore, Morango e Pinguim.
Carvalho afirmou ao TSE que Padilha intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. Segundo fontes informaram à reportagem, Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
José de Carvalho Filho procurou o peemedebista para solicitar os endereços onde seriam entregues as quantias. Padilha teria fornecido os endereços repassados para a ex-secretária Maria Lúcia Tavares, que atuava no setor de propina da Odebrecht. Era Maria Lúcia a responsável por criar senhas que seriam entregues posteriormente por José de Carvalho a Padilha. O depoimento do ex-executivo foi feito nesta sexta-feira (10), no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014. José de Carvalho afirmou que, para entregar as senhas, esteve com Padilha pelo menos quatro vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. No anexo de delação premiada que veio a público em dezembro, Melo relata que foi Carvalho Filho quem o apresentou a Padilha. Os repasses da Odebrecht ao PMDB teriam ocorrido nas seguintes datas: 13/08/2014 (R$ 1,5 milhão, senha: foguete); 02/09/2014 (R$ 1 milhão, senha: árvore); 04/09/2014 (R$ 1 milhão; senha: morango), 10/09/2014 (R$ 1 milhão, não constaria a senha); 30/09/2014 (R$ 500 mil, senha: pinguim) De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. Procurado pela reportagem na sexta-feira, 10, à noite, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria sem ter conhecimento do conteúdo. Apesar de o depoimento de José de Carvalho Filho trazer novas suspeitas sobre Padilha, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode cassar a chapa Dilma/Temer no TSE, não deverá intimá-lo para prestar depoimento. Isso porque os fatos narrados não se relacionam diretamente com captação de recursos para a campanha da chapa presidencial, que é o objeto da ação que tramita na Corte Eleitoral. (AE) José Filho diz ao TSE que ministro intermediou distribuição de R$ 5 mi
Diário do Poder
Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho afirmou que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. O ministro teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas. O valor destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
José de Carvalho Filho trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
O depoimento de José de Carvalho Filho foi feito no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger. De acordo com o que foi relatado à reportagem, teria sido Padilha quem forneceu os endereços para a entrega de dinheiro ao PMDB. Segundo José de Carvalho Filho, um dos locais indicados foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Procurado na noite desta sexta-feira, 10, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria. Base Responsável por fazer repasses do “setor de propina” da Odebrecht, Fernando Migliaccio apresentou, também ao TSE, planilha em que constava citação ao ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, segundo relatos. Migliaccio falou em R$ 5 milhões de repasse da empreiteira, mas não teria confirmado se o dinheiro foi diretamente para Kassab ou para o partido. A assessoria de Kassab não se manifestou. Marcelo Odebrecht foi intimado para duas acareações. O ministro Benjamin confrontou Marcelo e Cláudio Melo sobre versões conflitantes quanto à participação de Temer na definição de que seriam destinados R$ 10 milhões a campanhas do PMDB em 2014. Marcelo e Cláudio mantiveram suas versões. (AE) Hilberto Mascarenhas contou ao TSE que era responsável pelo software que movimentava recursos de caixa 2 da Odebrecht
Cristiana Lôbo | G1
O ex-diretor do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, informou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral que ficou sob responsabilidade dele a criação do software pelo qual eram movimentados todos os recursos de caixa 2 da companhia.
De 2006 a 2014, disse, foram movimentados US$ 3,370 bilhões. Aí estariam incluídos de pagamento de propina no Brasil em em outros países, como Angola, até bônus dos funcionários da empresa.
No Brasil, informou o ex-diretor, a propina representava algo como 20% desse total de recursos movimentados. Em 2014, o departamento movimentou US$ 450 milhões, segundo ele. À pergunta do ministro Herman Benjamin sobre se a transferência de recursos em caixa 2 para as campanhas era feita diretamente na conta, Hilberto Mascarenhas disse que, antes, precisava "comprar reais", o que, segundo ele, é uma operação difícil. "Até porque não se vende reais em supermercados, embora alguns vendam", disse, sem deixar muito claro como era feita a operação. E fez até um autoelogio em razão da "qualidade" do sistema e disse: "Graças a Deus, ninguém me pegou". Ele afirmou ainda que a secretaria Maria Lúcia Rodrigues, a primeira ex-funcionária da Odebrecht a fazer delação – o que permitiu desvendar o esquema – era responsável por definir com o emissário do beneficiário a senha para o repasse de recursos. Mascarenhas confirmou ainda ter repassado R$ 16 milhões para a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, cujo codinome ele confirmou ("Feira"), mas que nunca se falou a que se referia esse dinheiro. "Mas todos nós sabíamos que era ano de eleição", completou. Outro delator que falou ao ministro do TSE, Cláudio Melo Filho disse que várias medidas provisórias foram "compradas" no Congresso. Fez referência a uma relativa ao setor petroquímico, cujo número disse não recordar, e pela qual afirmou que pagou R$ 60 milhões a várias pessoas no Congresso. Ele confirmou ter participado do jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Disse que "caiu de para-quedas" na reunião. A permanência do peemedebista no governo é considerada incerta, apesar de assessores afirmarem que o ministro volta ao cargo na segunda semana de março
Estadão Conteúdo
O depoimento de Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) envolvendo Eliseu Padilha em tratativas para repasse de recursos para a campanha eleitoral de 2014 complicou ainda mais a situação do ministro-chefe da Casa Civil, que está de licença médica.
A permanência do peemedebista no governo é considerada incerta, apesar de assessores afirmarem que o ministro volta ao cargo na segunda semana de março. Padilha já enfrentava desgaste após o depoimento espontâneo do amigo e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, o advogado José Yunes, ao Ministério Público Federal. O advogado afirmou ter servido de “mula involuntária” do ministro ao receber, em 2014, um “pacote” do lobista Lúcio Funaro, investigado pela Lava Jato.
Na segunda-feira, dia 27 de fevereiro, Padilha foi submetido, em Porto Alegre, a uma operação para retirada da próstata. A pressão no Planalto pela saída do chefe da Casa Civil aumentou e o nome do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, passou a ser cogitado para o cargo. Ele ocupou o posto no governo Fernando Henrique Cardoso. No governo Temer, Padilha é o fiador da reforma da Previdência, uma das mais importantes bandeiras do Planalto, e tem papel importante na articulação política com o Congresso. Sua ausência agravou o isolamento do presidente, que já perdeu auxiliares próximos como o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima e o próprio Yunes, além do atual líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR) – que era ministro do Planejamento e deixou o cargo em meio às investigações da Lava Jato. Além disso, o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, é outro amigo e auxiliar citado na operação. “Perder Padilha seria mais um duro golpe”, comentou um interlocutor do presidente. Na busca por novos conselheiros, Temer embarcou nesta quinta-feira, 2, para São Paulo, onde se reuniu com o amigo e advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira. O presidente vai insistir com Mariz para que aceite assumir um posto dentro do Palácio do Planalto para ajudá-lo na condução política do governo. Temer terá mais uma baixa na sua assessoria direta na semana que vem. Rodrigo Rocha Loures, outro amigo e assessor que o acompanha há anos, assume uma vaga na Câmara dos Deputados com a saída do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), nomeado novo ministro da Justiça. Mariz, então, poderia fazer o papel de conselheiro do presidente. Processo Após o depoimento de Marcelo Odebrecht, Temer e seus advogados ainda estudam qual estratégia seguirão para enfrentar as novas fases do processo que tramita no TSE. Nenhuma hipótese de ação está descartada e a ideia inicial continua sendo a de protelar ao máximo o processo, inclusive com a possibilidade de apresentação de recursos de toda a ordem, e até mesmo pedido de anulação dos depoimentos. O argumento que foi levantado no Planalto é que o depoimento colhido de Marcelo Odebrecht foi a partir de uma questão ilegítima: o vazamento de uma delação que está sob segredo de Justiça. Mas este caminho ainda não está decidido. Nesta quinta-feira, 2, Temer foi submetido a mais um constrangimento. O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba, formulou 19 perguntas a serem respondidas por Temer como testemunha de defesa na ação penal na Justiça do Distrito Federal que investiga a liberação de recursos do FI-FGTS por meio de pagamento de propina. Temer pretende respondê-las. Em meio às turbulências, Temer tenta estabelecer estratégias que impeçam que questões políticas interfiram na agenda econômica que ele se esforça para manter em pauta. Nesta sexta-feira, 3, em São Paulo, além de conversar com Mariz, o presidente pretende se reunir com empresários. O peemedebista considera a agenda econômica o verdadeiro ponto positivo de seu governo. Por isso, todo esforço é para garantir no Congresso a aprovação de matérias importantes como a reforma da Previdência – conduzida exatamente por Eliseu Padilha, agora combalido. Bloqueio O desembargador Luiz Carlos da Costa, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou recurso da defesa de Padilha e manteve o bloqueio de R$ 38,2 milhões do ministro. Padilha é alvo de ação que aponta a participação de suas empresas em desmatamentos no Parque Serra de Ricardo Franco, em Vila Bela de Santíssima Trindade (MT). Na decisão, o desembargador citou “contradições” da defesa de Padilha e afirmou ser “premente a adoção de medida eficaz para evitar a persistência da degradação”. Padilha já afirmou que não cometeu crime ambiental. “Não extraí uma só árvore na propriedade em questão”, disse. |
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
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