A imprensa dos Estados Unidos destaca que a multa definida segunda-feira pelo corte federal foi uma das maiores aplicadas à uma companhia na história do país.
Leandra Felipe | Agência Brasil
A Construtura Odebrecht foi condenada, nesta segunda-feira (17), a pagar US$ 2,6 bilhões em multas por suborno e pagamento de propina em 12 países da América Latina e da África. A ordem de pagamento foi deferida pelo juiz distrital Raymond Dearie, na corte federal do Brooklyn.
O juiz decidiu que a Odebrecht pague cerca de US$ 2,4 bilhões ao Brasil, US$ 116 milhões à Suíça e US$ 93 milhões aos Estados Unidos. A empresa e a afiliada petroquímica Braskem SA declararam-se culpadas das acusações de suborno dos Estados Unidos em dezembro do ano passado, mas não havia sido fixado um acordo sobre o valor a ser pago.
Em dezembro, a construtura foi acusada de ter usado U$ 788 milhões no pagamento de propina a funcionários de 12 países – entre 2001 e 2016, para garantir a preferência em processos e contratos de pelo menos 100 projetos. À época, houve um pré-acordo em que as partes haviam concordado que a multa aplicada deveria ser de US$ 4,5 bilhões, mas a Odebrecht recorreu e alegou que tinha condições de pagar até US$ 2,6 bilhões. Os dados foram apresentados à corte e a decisão foi tomada com base na capacidade de pagamento alegada. Na América Latina, o esquema foi usado na Argentina, Colômbia, República Dominicana, Venezuela, Guatemala, no Equador, México, Panamá e Peru, além do Brasil. Na África, foram identificados casos em Angola e Moçambique. A justiça norte-americana concluiu que a empresa ganhou ilicitamente, US$ 3,3 bilhões. Além disso, a promotoria acusou a companhia de não ter um programa anticorrupção ativo. O processo judicial foi aberto nos Estados Unidos depois de investigação que comprovou que algumas empresas offshore norte-americanas e suiças estavam sendo usadas para armazenar e distribuir recursos provenientes das negociações dos projetos da Odebrecht nos países indicados. Offshore, que significa afastado da costa, é um termo usado para se referir a contas bancárias ou empresas abertas no exterior, geralmente em paraísos fiscais. Autoridades federais americanas começaram a investigar a origem do dinheiro e descobriram as irregularidades, baseadas nos indícios de que parte da propina paga à Odebrecht foi destinada a bancos norte-americanos. A imprensa dos Estados Unidos destaca que a multa definida segunda-feira pelo corte federal foi uma das maiores aplicadas à uma companhia na história do país.
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Ministério Público panamenho informou que formulou acusações por lavagem de capitais contra as primeiras 17 pessoas vinculadas aos subornos pagos pela Odebrecht
EFE
O governo do Panamá apresentou nesta segunda-feira ao Ministério Público local uma denúncia penal contra a Odebrecht, investigada pelo pagamento de milionários subornos no país.
A denúncia penal por crimes "contra a ordem econômica e a administração pública e contra qualquer outro delito que resulte da investigação" foi apresentada hoje pelo ministro de Segurança Pública panamenho, Alexis Bethancourt.
O governo do presidente Juan Carlos Varela tinha anunciado no último dia 28 de dezembro que apresentaria a denúncia contra a construtora brasileira, para reivindicar fundos públicos que podem ter sido usurpados. Nesse mesmo dia, o Ministério Público panamenho informou que formulou acusações por lavagem de capitais contra as primeiras 17 pessoas vinculadas aos subornos pagos pela Odebrecht, entre elas dois filhos e um irmão do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014). Segundo relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgado em dezembro do ano passado, a Odebrecht pagou US$ 59 milhões em subornos a funcionários panamenhos durante os anos 2009 e 2014, quando governou Martinelli. Sobre o montante que o Estado pretende recuperar, Bethancourt disse que "temos ideia do que se mencionou no acordo que a Odebrecht fez nos Estados Unidos e do dinheiro que há na Suíça, mas nós esperamos que se recupere mais dinheiro, esta investigação seguramente vai encontrar mais dinheiro usurpado do Estado". O ministro indicou que a apresentação da denúncia permitirá ao Estado panamenho defender-se das lesões patrimoniais que se comprovem, ser parte do processo para ter informação, assim como a coordenação com outros ministros para coadjuvar a investigação realizada pelo Ministério Público. "Nós temos uma denúncia não especificamente contra uma empresa, esta é uma denúncia que fazemos contra as pessoas naturais e jurídicas que tenham cometido uma lesão contra o Estado, porque nós temos que ser amplos e ver o que resulta da investigação", detalhou Bethancourt. A Odebrecht, que é a principal prestadora de serviços do Estado panamenho e executa atualmente projetos de infraestrutura que superam US$ 3 bilhões, se comprometeu a pagar ao país "os primeiros US$ 59 milhões" em conceito de fundo de garantia, segundo anunciou o Ministério Público. A construtora brasileira já alcançou um acordo judicial com os governos de EUA, Brasil e Suíça para pagar multas que somam US$ 2,047 bilhões. O controlador panamenho, Federico Humbert, anunciou na semana passada que os custos de sete projetos de infraestrutura, entre eles alguns construídos pela Odebrecht, serão avaliados pela Controladoria Geral e pela Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura (CCIAP). A medida foi anunciada depois que um ex-ministro conselheiro da presidência panamenha denunciou suposto superfaturamento nos custos da orla marítima da capital, que foi construída pela empresa brasileira. Humbert já disse que não acredita que a Odebrecht pagou apenas US$ 59 milhões em propinas no Panamá e que também não pensa que foi a única empresa a praticar subornos no país. Filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, são acusados de cobrar propina da empresa.
France Presse
O Ministério Público especial anticorrupção do Panamá solicitou à Interpol a emissão de um alerta vermelho para detenção para os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, acusados de cobrar propina da Odebrecht.
Em nota da Direção de Investigação Judicial da Polícia panamenha, publicada nesta segunda-feira pela imprensa, a procuradora Tania Sterling pede um "alerta vermelho" para "os senhores Ricardo Alberto Martinelli Linares (e) Luis Enrique Martinelli Linares", ambos filhos do ex-governante.
A petição do MP, datada em 1º de fevereiro, foi confirmado à AFP pela Polícia Nacional do Panamá e por uma fonte das investigações na condição de anonimato. A solicitação de detenção dos filhos de Martinelli seria pela "suposta comissão do delito contra a ordem econômica", segundo a nota. Um dos advogados dos filhos de Martinelli, Carlos Carrillo, comentou à AFP que a defesa ainda não havia recebido a cópia da petição, mas "entendemos que esteja certa". Segundo o MP, "três sociedades anônimas em que aparecem como beneficiários os filhos do ex-mandatário receberam valores milionários entre 2009 e 2012", publicou o jornal La Estrella do Panamá. Segundo a publicação, as transferências foram feitas "através de várias empresas offshore que a construtora Odebrecht utilizou para fazer pagamentos indevidos a funcionários públicos ao redor do mundo". Ricardo e Luis Enrique Martinelli teriam recebido mais de 20 milhões de euros através de várias sociedades, segundo as investigações. Suborno no Panamá A Odebrecht pagou no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de US$ 59 milhões em subornos em troca de contratos avaliados em mais de 175 milhões de dólares, revelou há semanas o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Por este caso, Mario Martinelli, irmão do ex-presidente, teve que testemunhar no Panamá, assim como vários ex-funcionários. A procuradora-chefe, Kenia Porcell, informou que formularam acusações contra 17 pessoas pelo escândalo da Odebrecht no Panamá, incluindo três ex-funcionários "de alta hierarquia", uma dezena de empresários e um funcionário do setor financeiro, mas sem revelar nomes. O ex-presidente Martinelli, que vive no exílio voluntário em Miami, também é requerido pela justiça panamenha por espionar opositores e é investigado por inúmeros casos de corrupção durante seu governo. Propina em 12 países Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história". A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Mossack e Fonseca são sócios do escritório investigado no escândalo Panama Papers
Veja
A Justiça do Panamá decretou neste sábado a prisão preventiva dos advogados Ramón Fonseca Mora, Jürgen Mossack e Edison Teano por participação no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato no Brasil, além de determinar a captura de uma advogada ainda não identificada.
Os três detidos foram interrogados durante a madrugada pela suposta lavagem de dinheiro na Lava Jato. Após os depoimentos, a Segunda Promotoria Contra o Crime Organizado determinou a prisão preventiva para evitar que eles fujam do Panamá.
Os advogados de Mossack e Fosenca confirmaram a prisão de seus clientes e criticaram a ação. Segundo eles, que anunciaram que entrarão com recursos na segunda-feira para reverter a decisão, não há provas de que houve lavagem de dinheiro. Os depoimentos tiveram início na última quinta-feira, quando os advogados se apresentaram voluntariamente à Justiça, e continuaram ontem à noite. Além disso, agentes realizaram operações de busca e apreensão em imóveis de Fonseca, Mossack e de uma antiga empregada dos dois sócios, a também advogada Sara Montenegro. Mossack e Fonseca são sócios do escritório que foi o epicentro do escândalo dos Panama Papers. Os dois estão presos junto a Teano, funcionário de ambos, na Direção de Investigação Judicial da Polícia Nacional do Panamá. Em um documento de 30 páginas que a defesa teve acesso, os advogados dos presos disseram que os promotores não afirmaram “absolutamente nada” que assinale “elementos que provam o fato punível e como os acusados estão vinculados”. Do escritório Mossack & Fonseca foram recolhidos há mais de um ano milhões de documentos que mostram a quatro décadas de criação de empresas de fachada em 21 jurisdições. O vazamento das informações, que ficou conhecido como Panama Papers, ocorreu em 2016. O Ministério Público do Panamá acusou na quinta-feira o escritório Mossack & Fonseca de ser uma “organização criminosa que ajudava a lavar dinheiro” dentro do esquema da Lava Jato. A advogada do escritório, Guillermina McDonald, explicou que existe uma filial da empresa no Brasil, que não é de propriedade de seus clientes, mas sim de outra panamenha. Ela não quis revelar o nome da pessoa porque ela é “parte da investigação” e para “respeitar o princípio de presunção de inocência”. “Meus clientes tinham um contrato de representação com essa pessoa. Ela é quem vendia as empresas aos seus clientes, ela é quem tinha obrigação de saber para quem estava vendendo”, disse Guillermina, ex-promotora no Panamá. (Com Agência EFE) Prestes a completar três anos, a operação Lava Jato começa a alcançar políticos de peso em diferentes países da América Latina, investigados sob a suspeita de terem sido beneficiados pelo esquema de propinas de empreiteiras brasileiras.
BBC Brasil
Nesta quinta-feira, a Justiça peruana expediu ordem de prisão preventiva do ex-presidente do país Alejandro Toledo - sob acusação de ter recebido cerca de US$ 20 milhões para facilitar a aprovação da construção da rodovia Transoceânica, que liga o norte do Brasil à costa peruana, enquanto estava no governo de 2001 a 2006.
A ordem partiu do juiz Richard Concepción. Segundo a assessoria de Toledo, o ex-presidente está fora do país - supostamente em Paris - e nega qualquer irregularidade. Ele também tem residência na Califórnia, Estados Unidos, onde trabalha na Universidade de Stanford.
No último sábado, o ex-presidente teve sua casa vasculhada e documentos apreendidos por uma equipe da Procuradoria e da Polícia Nacional do Peru, que fizeram o pedido de prisão. Na Colômbia, as autoridades anunciaram nesta terça suspeitar de que a campanha do presidente atual, o Nobel da Paz Juan Manuel Santos, teria recebido, por meio de um intermediário, propina paga pela Odebrecht. Ambos negam qualquer ilegalidade. Alto escalão Representantes do Ministério Público e da Polícia de diferentes países da América Latina têm trocado informações com investigadores brasileiros por meio de acordos de cooperação internacional para apurar supostos esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em contratos e doações irregulares de campanha. Além de Santos e Toledo, estão sendo investigados outros políticos de alto escalão e ex-representantes dos governos colombiano e peruano e suspeitos de envolvimento em esquemas em outros países da região: Argentina, Chile, República Dominicana, Venezuela, Panamá, México, Guatemala e Equador. A Odebrecht já admitiu ao Departamento de Justiça dos EUA ter pago US$ 788 milhões em propina, entre 2001 e 2016, a funcionários de governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de 11 países (os citados acima, exceto o Chile - que está ligado a delações de outra empreiteira -, mais Angola e Moçambique). Procurada pela BBC Brasil para comentar as investigações que detalhamos abaixo, a Odebrecht informou que "não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior". "A exemplo do acordo anunciado em dezembro com autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça, a Odebrecht também está disposta a contribuir com as investigações realizadas pela Justiça de outros países", esclareceu. A OAS, investigada no Chile, afirmou à reportagem que não comentaria o caso. Ordem de prisão no Peru No Peru, a investigação está em estágio avançado. O pedido de prisão preventiva acatado pela Justiça nesta quinta-feira era parte da investigação que apurava o pagamento de propina feito pela Odebrecht a integrantes do governo em diferentes mandatos. As investigações no país estão ligadas à construção da rodovia Interoceânica - que liga o Brasil ao oceano Pacífico -, obra comandada pela Odebrecht. O Ministério Público peruano suspeita que a empresa brasileira pagou US$ 29 milhões de propina no país entre 2005 e 2014. De Paris, Toledo, que foi presidente do Peru entre 2001 e 2006, deu uma entrevista por Skype nesta semana ao programa de TV peruano Cuarto Poder e negou a acusação. Antes das suspeitas levantadas com a Lava Jato, o ex-presidente já vinha sendo investigado por suspeita de lavagem de dinheiro. Diante do escândalo, o atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, quer que a Odebrecht deixe de atuar no país. Em entrevista à emissora local RPP, ele afirmou que o grupo está "manchado pela corrupção". "Eles têm que ir embora. Acabou." Em comunicado, a Odebrecht pediu desculpas à sociedade peruana e seus trabalhadores por "erros graves" cometidos por executivos da empresa. "A empresa está fazendo todo o possível para expor e esclarecer em detalhes todos os fatos para que a Justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento de uma compensação justa para o Estado", diz a nota, na qual a empresa se disse determinada a manter os projetos em curso. Busca e apreensão no Chile A Polícia de Investigações do Chile esteve nesta terça em três escritórios da construtora OAS em Santiago para cumprir mandados de busca e apreensão, segundo a agência de notícias Efe. Alvo da Lava Jato, a empresa, cujos principais representantes assinaram acordos de delação nos quais detalharam o esquema de corrupção, também é investigada por supostas contribuições irregulares para campanhas políticas no Chile. Os policiais, ainda conforme noticiou Efe, procuraram por registros contábeis da empresa de 2012 a 2015, e a operação faz parte da investigação que apura suspeitas na campanha presidencial de Marco Enríquez-Ominami em 2013, derrotado por Michelle Bachelet e que teria usado um avião da empresa brasileira. Os escritórios alvos da operação estão localizados nas comunas de Santiago, Huechuraba e Lampa. Autoridades chilenas já solicitaram ao Brasil acesso a depoimentos e mensagens de WhatsApp do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, e do publicitário Duda Mendonça, que mencionam contato pessoas ligadas a políticos chilenos, de acordo com reportagem do jornal El Mercurio. Acredita-se que esses documentos podem ajudar a esclarecer colaborações suspeitas feitas pela empresa brasileira às campanhas de Enríquez-Ominami e Bachelet - ambos negam qualquer irregularidade. Doação na Colômbia Autoridades da Colômbia investigam se a campanha presidencial de Juan Manuel Santos foi abastecida em 2014 com aproximadamente US$ 1 milhão de recursos oriundos de propina paga pela Odebrecht. As suspeitas envolvem uma complicada transação financeira na qual o repasse à campanha teria sido feito por meio de uma empresa do ex-senador colombiano Otto Nicolás Bula. "Do US$ 1 milhão, teria sido descontada uma comissão de 10% a favor de terceiros já identificados", assinala comunicado do Ministério Público colombiano. Investiga-se se essa cifra faz parte dos US$ 4,6 milhões em propinas que teriam sido pagas pela empresa brasileira para construir a Rota do Sol, uma estrada que liga as cidades colombianas de Ocaña e Gamarra, por meio de um contrato assinado o ex-senador Bula em 2013. Ele está preso por causa desse caso desde janeiro. O ex-gerente da campanha presidencial de Santos, Roberto Prieto, negou conhecer o ex-senador. Santos rechaça as acusações. Nomes de argentinos Nesta semana, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu que a mais alta corte brasileira revele os nomes dos argentinos envolvidos no esquema da Lava Jato. O pedido foi feito diretamente à presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, durante encontro nesta terça, segundo o jornal argentino Clarín. Ainda de acordo com a publicação, o Ministério da Economia da Argentina está elaborando uma lista de todas as reuniões que assessores da área econômica e de planejamento tiveram com representantes da construtora brasileira Odebrecht nos últimos 10 anos. O pedido foi feito por uma deputada e devem incluir políticos do governo de Cristina Kirchner e de Macri. A própria Odebrecht admitiu que pagou na Argentina pelo menos US$ 35 milhões em propinas durante a gestão da ex-presidente. E o jornal La Nacion revelou que foram identificados cinco repasses que ultrapassam a cifra de meio milhão de dólares feitos em 2013 por um ex-sócio do doleiro brasileiro Alberto Youssef a Gustavo Arribas, indicado por Macri para comandar o serviço de inteligência da Argentina. À época, Arribas vivia no Brasil e se dedicava a negociar jogadores de futebol. Ele nega se tratar de dinheiro fruto de propina. Republica Dominicana e Venezuela No final de janeiro, a Venezuela anunciou que abriria uma investigação sobre a atuação da Odebrecht no país. A apuração foi motivada pelo documento divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA no qual a empresa brasileira afirmou ter pago US$ 98 milhões a funcionários venezuelanos e intermediários para obter contratos. Na República Dominicana, por sua vez, já houve execução de mandado de busca e apreensão em escritório da Odebrecht no país e as autoridades locais se preparam para interrogar o ex-ministro de obras públicas sobre a propina milionária paga pela empresa brasileira naquele país. As investigações também foram motivadas pelo acordo firmado pela Odebrecht nos EUA. Cooperações internacionais Em setembro de 2015, o secretário de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, Vladimir Aras, disse à BBC Brasil que investigação da Lava Jato no exterior ainda estava no início, mas que avançaria contra políticos. Pouco mais de um ano depois da declaração de Aras, em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal já acumulava 120 pedidos de cooperação com autoridades estrangeiras para obter documentos, rastrear contas e transferências bancárias e trocar informações e evidências. A lista de acordos incluiu mais de 30 países, entre eles Peru, Colômbia, Argentina, República Dominicana e Angola, onde há negócios sob suspeita, e ainda paraísos fiscais como Antígua, Ilhas Virgens Britânicas e Cayman, usados pelos suspeitos para manter o dinheiro no exterior pagando menos tarifas. Ao todo, 18 países pediram ajuda do Ministério Público Federal brasileiro para conduzir investigações relacionadas à Lava Jato. As investigações no exterior devem ser impulsionadas pelo acordo de delação premiada da Odebrecht, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal e que conta com depoimentos de 77 funcionários da empresa brasileira detalhando como operacionalizavam fraudes em licitações e pagamentos de propina. Até o momento, contudo, sabe-se o conteúdo do depoimento de apenas um dos executivos - o ex-vice-presidente de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho. Foram emitidas ordens de prisão contra 2 filhos e 1 irmão de ex-presidente, diz imprensa local.
France Presse
A Procuradoria do Panamá denunciou 17 pessoas no caso envolvendo o pagamento de subornos da construtora Odebrecht para obter contratos no país, informou nesta terça-feira (24) a procuradora-geral panamenha, Kenia Porcell.
"Essas são as primeiras 17 pessoas que foram denunciadas", afirmou Porcell. Os nomes dos denunciados não foram revelados, mas a procuradora-geral disse que a lista inclui três ex-funcionários "de alta hierarquia" do governo, oito empresários panamenhos, cinco empresários de outras nacionalidades e até um banco privado.
A imprensa panamenha afirma que foram emitidas ordens de prisão contra dois filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli - Ricardo e Luis Enrique - e um irmão - Ramón Martinelli -, além do ex-ministro de Obras Públicas Pepe Suárez. Luis Enrique e Ricardo Alberto Martinelli Linares também foram acusados formalmente por procuradores suíços. Eles são filhos do ex-presidente Martinelli, que vive em Miami e é procurado pela Justiça panamenha por diversas denúncias de corrupção. US$ 59 milhões em propina A Odebrecht já se comprometeu a pagar US$ 59 milhões ao Panamá como garantia enquanto seus casos de subornos são investigados no país. A quantia é a mesma que o governo dos Estados Unidos estabeleceu que a empresa brasileira destinou a pagamentos de propina no Panamá. Relatório divulgado em dezembro pelo Departamento de Justiça dos EUA indicou que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em proprina em mais de 100 projetos, em 12 países da América Latina e da África. Desde então, a empresa está proibida de obter contratos públicos em pelo menos três países (Panamá, Peru e Equador). A empresa já assinou acordos judiciais com os governos do Brasil, dos EUA e da Suíça para pagar multas que somam US$ 2,047 bilhões, e busca fazer o mesmo com outros países onde houve pagamento de propina. Além do Panamá, a empresa aceitou pagar US$ 8,9 milhões em um acordo preliminar com o Peru. Mesmo assim, a construtora perdeu uma concessão de US$ 7 bilhões por falta de crédito no país e o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou ontem que a Odebrecht terá que vender seus projetos no país. Autoridades estão tocando duas investigações separadas com o Brasil e EUA
Diário do Poder
Promotores panamenhos apresentaram acusações de lavagem de dinheiro contra 17 pessoas em uma investigação relacionada a pagamentos de subornos por parte da Odebrecht naquele país. A procuradora-geral Kenia Porcell informou hoje que os acusados também foram chamados a pagar inquéritos.
O movimento vem na sequência de investigações iniciadas em março de 2016, depois que a Suíça solicitou ao Panamá assistência judicial para investigações conduzidas no país sobre contas bancárias vinculadas à Odebrecht.
Porcell afirmou que entre os acusados estão oito empresários panamenhos e cinco estrangeiros, três funcionários e um oficial da banca privada, cujos nomes não foram revelados. As autoridades estão tocando duas investigações separadas com o Brasil e com os Estados Unidos. O Departamento de Justiça norte-americano informou há semanas que a construtora aceitou pagar subornos multimilionários em vários países da América Latina e da África. De acordo com essas informações, a Odebrecht - que se tornou a maior contratante do Estado panamenho com obras de mais de US$ 9 milhões nos últimos 12 anos - pagou mais de US$ 59 milhões em subornos no Panamá entre 2010 e 2014 durante o governo do presidente Ricardo Martinelli. O governo do presidente Juan Carlos Varela, que assinou contratos com a Odebrecht por mais de US$ 2 milhões, anunciou recentemente que buscaria frear a participação da construtora em futuras licitações. A Odebrecht se comprometeu a pagar US$ 59 milhões ao Panamá como consequência do escândalo. Fonte: Associated Press. (AE) |
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
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