Eliseu Padilha (PMDB) passou endereço para entrega de dinheiro, diz ex-executivo da Odebrecht24/3/2017 José de Carvalho Filho afirma ao TSE que ministro da Casa Civil indicou locais, incluindo escritório de José Yunes, para pagamento de R$ 4 milhões ao PMDB
Rafael Moraes Moura, Beatriz Bulla, Breno Pires e Fábio Serapião | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho disse que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), lhe passou todos os endereços para o pagamento de R$ 4 milhões destinados ao PMDB durante a campanha eleitoral de 2014.
Um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer (PMDB), informou Carvalho Filho ao ministro Herman Benjamin. Benjamin é o relator no TSE da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Temer cometeu abuso de poder politico e econômico para se reeleger.
Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. “Todos os endereços, esses e os outros que eu não me lembro me foram dados pelo Eliseu Padilha”, disse Carvalho Filho. Segundo o ex-executivo da Odebrecht, a distribuição dos recursos foi determinada pelo executivo Marcelo Odebrecht. “Procurei depois o Eliseu Padilha, no escritório dele, comentei o fato, ele já sabia, evidente, e solicitei dele os endereços que eles poderiam receber e quem fez essa operação foi Operações Estruturadas. A sistemática era: eu chegava expor até ele e ele me fornecia o endereço, eu transmitia ao sistema de Operações Estruturadas a sra. Maria Lúcia (ex-secretária da Odebrecht), que uns dias depois, me entregava uma senha. Eu pessoalmente entregava essa senha, entreguei essa senha ao Sr. Eliseu Padilha”, afirmou José de Carvalho Filho. “E a partir dali, eu não tinha como e nem sabia como as coisas eram operacionalizadas. Então, esclarecendo que tive com ele (Padilha) quatro ou cinco vezes para pegar esse endereço e voltei novamente para pegar essas senhas”, completou o ex-executivo da Odebrecht. De acordo com Carvalho Filho, os valores seriam repassados ao PMDB via Eliseu Padilha. Discussão Carvalho Filho também afirmou ter recebido na época uma “ligação extemporânea” do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentando que não havia recebido R$ 500 mil. “Tivemos uma discussão acalorada ao telefone. Achei estranho e comuniquei ao Cláudio (Cláudio Melo, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht): 'Cláudio, o fato foi esse e vamos esclarecer junto ao Eliseu'. Logo depois fomos ao Eliseu e esclarecemos. Ele achou muito estranho este fato e disse: ‘Olha, se o endereço que eu dei e se fosse realmente entregue, o Sr. Yunes é uma pessoa de mais ou menos setenta anos, é de minha confiança, dificilmente não teria registrado isso”. Isso causou um constrangimento a mim. (…) O mal-estar permaneceu e a empresa tomou, deliberou fazer outro pagamento de 500 (quinhentos) mil reais no valor, aquele que deu origem ao processo em discussão", afirmou o ex-executivo. Carvalho Filho disse não ter controle da planilha de distribuição de recursos. “A minha ação é entregar, tomar o endereço do Sr. Padilha e entregar à sra. Lúcia e a Sra. Lúcia me dava uma senha que eu repassava”, explicou. O ex-executivo da Odebrecht também não soube dizer que outros parlamentares do PMDB foram beneficiados com parte dos R$ 4 milhões. Sobre o lobista Lúcio Funaro, apontado por investigadores da Operação Lava Jato como operador de Eduardo Cunha, Carvalho Filho respondeu: "Nunca vi o Lúcio Funaro, nunca estive com o Lúcio Funaro e não sei quem é o Lúcio Funaro". Procurada pela reportagem, a assessoria de Padilha comunicou que o ministro não vai se pronunciar sobre o vazamento do depoimento." Depoimentos No dia 14 deste mês, o ministro Herman Benjamin negou pedido apresentado pela defesa de Dilma Rousseff para que Padilha e Yunes prestassem depoimentos na Justiça Eleitoral. "Não houve referência, no conjunto probatório até aqui produzido, de fatos concernentes à atuação de Eliseu Padilha ou José Yunes que tenham correlação direta com o objeto desta causa, isto é, o financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014", escreveu Benjamin em sua decisão.
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Herman Benjamin nega pedido de Dilma Rousseff (PT) para tomar depoimento de Eliseu Padilha (PMDB)14/3/2017 Ministro-relator do TSE manteve a tarja em citações a Aécio Neves (PSDB)
Diário do Poder
Relator da ação que pode levar à cassação do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta terça-feira, 14, pedido apresentado pela defesa de Dilma Rousseff (PT) para que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-assessor especial da Presidência José Yunes prestassem depoimentos à Justiça Eleitoral.
A decisão do ministro foi tomada no âmbito da ação que apura se a chapa encabeçada pela petista, de quem Temer foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger nas eleições de 2014.
Herman Benjamin também decidiu manter a decisão de 'tarjar' os trechos que mencionam o senador Aécio Neves (PSDB-MG) nos depoimentos dos delatores da Odebrecht. O pedido da defesa de Dilma Rousseff para que Padilha e Yunes fossem ouvidos foi apresentado ao TSE depois de o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho ter afirmado em depoimento à Corte Eleitoral na última sexta-feira, 10, que o atual ministro da Casa Civil recebeu pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB. As senhas tinham os seguintes nomes: "Foguete", "Árvore", "Morango" e "Pinguim". Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. "Não houve referência, no conjunto probatório até aqui produzido de fatos concernentes à atuação de Eliseu Padilha ou José Yunes que tenham correlação direta com o objeto desta causa, isto é, o financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014", escreveu Herman Benjamin em sua decisão. "Consoante já se afirmou linhas acima, este feito eleitoral não pode servir como um centro de investigação de ilícitos penais que, em tese, envolvam todo o setor político brasileiro", ressaltou o ministro. A defesa de Dilma também pediu ao ministro que fossem excluídas do processo as "falsas acusações" de delatores da Odebrecht, mas por se tratar de uma matéria de mérito, o ministro destacou que o tema será apreciado durante o julgamento da ação, e não agora. Partidos Ao mencionar o pedido da petista para que fossem ouvidos os presidentes dos nove partidos políticos que compuseram a coligação vencedora das eleições presidenciais de 2014, Herman Benjamin observou que intimá-los para prestar depoimentos é "irrelevante". "O que, por certo, motivou o presente pedido foi a menção, em depoimentos de executivos da Odebrecht, de suposto pagamento a favor de alguns partidos (PDT, PCdoB, PRB e PROS), em troca do apoio à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014", disse Herman Benjamin, ao fazer referência ao teor de alguns depoimentos, que correm sob sigilo. Em depoimento prestado ao TSE, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PCdoB e PRB, em um total de R$ 21 milhões. Já o ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis afirmou que foram pagos R$ 4 milhões ao PDT para obter o apoio do partido à chapa presidencial de Dilma e Temer. Herman determinou que os presidentes dos partidos mencionados nos depoimentos apresentem declarações escritas dentro de um prazo de três dias. Mencionado em depoimentos de delatores da empreiteira, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega deverá fazer o mesmo. O ministro ainda considerou encerrada a fase de coleta de provas nas gráficas VTPB, Focal e Rede Seg, contratadas pela chapa Dilma/Temer. Também marcou para a próxima quinta-feira, 16, às 18h, um novo depoimento de Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha de Dilma, que será ouvido por videoconferência. Senhas usadas por Eliseu Padilha (PMDB) eram Foguete, Árvore, Morango e Pinguim, diz delator11/3/2017 Códigos bizarros liberavam pagamentos da Odebrecht ao PMDB
Diário do Poder
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu da Odebrecht pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB, segundo informou o ex-executivo José de Carvalho Filho em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feir, 10. As senhas eram as seguintes: Foguete, Árvore, Morango e Pinguim.
Carvalho afirmou ao TSE que Padilha intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. Segundo fontes informaram à reportagem, Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
José de Carvalho Filho procurou o peemedebista para solicitar os endereços onde seriam entregues as quantias. Padilha teria fornecido os endereços repassados para a ex-secretária Maria Lúcia Tavares, que atuava no setor de propina da Odebrecht. Era Maria Lúcia a responsável por criar senhas que seriam entregues posteriormente por José de Carvalho a Padilha. O depoimento do ex-executivo foi feito nesta sexta-feira (10), no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014. José de Carvalho afirmou que, para entregar as senhas, esteve com Padilha pelo menos quatro vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. No anexo de delação premiada que veio a público em dezembro, Melo relata que foi Carvalho Filho quem o apresentou a Padilha. Os repasses da Odebrecht ao PMDB teriam ocorrido nas seguintes datas: 13/08/2014 (R$ 1,5 milhão, senha: foguete); 02/09/2014 (R$ 1 milhão, senha: árvore); 04/09/2014 (R$ 1 milhão; senha: morango), 10/09/2014 (R$ 1 milhão, não constaria a senha); 30/09/2014 (R$ 500 mil, senha: pinguim) De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014. Procurado pela reportagem na sexta-feira, 10, à noite, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria sem ter conhecimento do conteúdo. Apesar de o depoimento de José de Carvalho Filho trazer novas suspeitas sobre Padilha, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode cassar a chapa Dilma/Temer no TSE, não deverá intimá-lo para prestar depoimento. Isso porque os fatos narrados não se relacionam diretamente com captação de recursos para a campanha da chapa presidencial, que é o objeto da ação que tramita na Corte Eleitoral. (AE) José Filho diz ao TSE que ministro intermediou distribuição de R$ 5 mi
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Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho afirmou que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. O ministro teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas. O valor destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
José de Carvalho Filho trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
O depoimento de José de Carvalho Filho foi feito no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger. De acordo com o que foi relatado à reportagem, teria sido Padilha quem forneceu os endereços para a entrega de dinheiro ao PMDB. Segundo José de Carvalho Filho, um dos locais indicados foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Procurado na noite desta sexta-feira, 10, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria. Base Responsável por fazer repasses do “setor de propina” da Odebrecht, Fernando Migliaccio apresentou, também ao TSE, planilha em que constava citação ao ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, segundo relatos. Migliaccio falou em R$ 5 milhões de repasse da empreiteira, mas não teria confirmado se o dinheiro foi diretamente para Kassab ou para o partido. A assessoria de Kassab não se manifestou. Marcelo Odebrecht foi intimado para duas acareações. O ministro Benjamin confrontou Marcelo e Cláudio Melo sobre versões conflitantes quanto à participação de Temer na definição de que seriam destinados R$ 10 milhões a campanhas do PMDB em 2014. Marcelo e Cláudio mantiveram suas versões. (AE) As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, todas ligadas a Yuny Incorporadora, aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros.
Fabio Serapião, Beatriz Bulla e Julia Affonso | O Estado de S.Paulo
A quebra de sigilo das empresas do operador de propina Adir Assad revela que empresas dos filhos de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer, pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para firmas de fachada. As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, todas ligadas a Yuny Incorporadora, aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros.
Entre 27 de maio de 2010 e 24 de novembro de 2011, as empresas de empreendimentos imobiliários Yuny repassaram R$ 976 mil para a SM. Para a Legend foram outros R$ 235 mil no período de dezembro de 2008 até agosto de 2010. Do grupo Yuny, repassaram valores às empresas de Assad a Yuny GTIS Leopoldo, Yuny GTIS Abell, Yuny VCEP, Yuny Pirap Empreendimentos, Yuny Vila Romana, Yuny Apollo, Yuny Polaris Participações, Yuny Gemini, Yuny Halley Participações, Yuny Vila Carrão e Ynuy GTIS Atillio Innocenti.
A Legend e a SM, segundo o MPF, não possuíam condições para funcionar e eram emissoras de notas frias utilizadas para produzir dinheiro em espécie que abastecia o caixa dois de empresas interessadas em pagar vantagens indevidas a agentes públicos e partidos políticos. José Yunes, pai de Marcos e Marcelo, deixou o governo após ter sido citado na delação de Cláudio Mello, da Odebrecht. O executivo disse que parte dos R$ 10 milhões solicitados em reunião no Palácio do Jaburu, da qual o ministro Eliseu Padilha e Temer participaram, teria sido entregue no escritório de Yunes, na capital paulista. Depois do episódio, Yunes prestou depoimento na Procuradoria-geral da República e afirmou ter sido utilizado por Padilha, este último o destinatário dos valores entregues pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, preso na Papuda. Além da SM e Legend, as empresas de Assad – Rock Star, Power To Ten, Soterra e SP Terraplanagem – movimentaram cerca de R$ 1,3 bilhão provenientes de grandes companhias. O empresário teve a prisão preventiva decretada quatro vezes desde 2015. Chegou a ser solto duas vezes, mas foi novamente levado à prisão por decisão do juiz Sergio Moro. Ele foi condenado na Lava Jato a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. No último pedido de prisão contra Assad, os procuradores de Curitiba, no âmbito da operação Dragão, classificaram as empresas Legend e SM Terraplanagem como firmas de fachada. No entendimento dos investigadores, elas “não desenvolvem efetivamente os serviços pelos quais são contratadas” e “funcionam apenas como pessoas jurídicas no processo de lavagem de capitais em favor de dezenas de empresas nacionais, boa parte das quais investigadas no âmbito da Operação Lava Jato.” A Receita Federal, por sua vez, após uma devassa na Legend e na SM, produziu um relatório no qual afirma taxativamente que, com base em provas “robustas e incontestáveis”, as notas fiscais emitidas pelas empresas são inidôneas. As notas, afirma a Receita, foram emitidas por pessoa jurídica que não existe de fato, apesar de constituída formalmente e não produz qualquer efeito tributário. A mesma conclusão já havia chegado a CPMI do Cachoeira, desdobramento da Operação Monte Carlo da Polícia Federal que pela primeira vez investigou a relação de Assad com grandes empresas. Segundo a Receita, os dados da CPMI mostram que as empresas de Assad não possuem viabilidade econômica e patrimonial para funcionar o que inviabiliza a prestação de serviço.”Muito provavelmente, a empresa serve como empresa interposta de fachada para a lavagem de dinheiro”, indicou a CPMI. Segundo o MPF, os pagamentos de grandes empresas para a Legend alcançaram o valor de R$ 631 milhões, entre 2006 e 2012. Nas suas contas, somente a Andrade Gutierrez depositou R$ 125 milhões. O segundo maior pagador, com R$ 37 milhões, é o Consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta Engenharia, responsável pela obra obra bilionária de reforma na Marginal na capital paulista.A movimentação da SM Terraplanagem é um pouco menor – R$ 199 milhões em créditos desde 2005 até 2012. Quem lidera o ranking feito pelo MPF, e no qual as empresas da família Yunes também estão, é a UTC Engenharia, com R$ 53 milhões pagos à empresa de fachada. Como revelou o Estado, Assad negocia um acordo de colaboração com a Lava Jato. A tentativa é vista como a chance de Assad, investigado em várias frentes e desdobramentos da Lava Jato, conseguir algum benefício no cumprimento da pena. Como a força-tarefa, tanto em Curitiba como no Rio de Janeiro, já possui uma série de informações sobre suas operações, Assad ficou atrás na corrida das negociações e enfrenta a resistência do Ministério Público nas negociações para reduzir as penas impostas ao operador. OUTRO LADO: O advogado José Luis Oliveira Lima, responsável pela defesa de José Yunes, afirmou que seu cliente não possui relação com a empresa Yuny desde 2006. Sobre Assad, Oliveira Lima disse que Yunes não conhece e nunca manteve relação com o operador. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Yuny, empresa dos filhos de Yunes, informou que é uma “incorporadora imobiliária e para a implementação de seus empreendimentos conta com a colaboração de dezenas de construtoras e mais de 3.000 fornecedores e outros prestadores de serviço terceirizados, a maior parte deles indicados pelos próprios contratados.” Sobre os pagamentos para a SM terraplanagem e Legend Engenheiros, a Yuny afirmou que a “empresa e seus sócios não mantêm nem nunca mantiveram relacionamento comercial ou pessoal com o Adir Assad e desconhecem a vinculação dele com as empresas citadas”. O advogado e amigo do presidente Michel Temer (PMDB), José Yunes disponibilizou ao Ministério Público a quebra do seu sigilo telefônico durante depoimento espontâneo em fevereiro.
Andréia Sadi | G1
O objetivo de Yunes é comprovar sua versão de que recebeu uma ligação de Eliseu Padilha em 2014 pedindo a ele que recebesse um envelope em seu escritório em São Paulo.
O envelope foi entregue por Lucio Funaro, segundo Yunes. O advogado nega ter aberto a correspondência.
Hoje, o operador Funaro está preso em decorrência da Operação Lava Jato. No contato com o Ministério Público, Yunes disse aos investigadores que sua secretária pode ratificar sua versão. Mas afirmou não possuir registro de imagens do seu escritório. Na última sexta-feira, o advogado disse à GloboNews estar à disposição para uma acareação com qualquer personagem de sua narrativa - seja Padilha seja Funaro. Mas, para isso ocorrer, o ministro licenciado da Casa Civil precisa negar a conversa. Até agora, Padilha ainda não se manifestou sobre o pedido e diálogo com Yunes. O ministro apenas repete a aliados que não conhece Funaro. José Yunes propõe acareação para falar de envelope para Eliseu Padilha (PMDB)
Diário do Poder
Em resposta ao operador Lúcio Bolonha Funaro, o ex-assessor especial da Presidência da República José Yunes disse que aceita fazer uma acareação com quem quer que seja para esclarecer o episódio do recebimento de um envelope endereçado ao ministro licenciado da Cara Civil, Eliseu Padilha.
“Aceito acareação com quem quer que seja ratificando todos os dizeres do meu depoimento”, disse Yunes nesta segunda-feira, 27.
Os assessor e amigo pessoal do presidente Michel Temer (PMDB) relatou em depoimento à Procuradoria Geral da República e em entrevistas ter recebido Funaro em seu escritório, em São Paulo, no final de 2014. No encontro, Funaro, apontado como um dos principais operadores do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria entregue um envelope endereçado a Padilha. A declaração de Yunes corrobora o depoimento do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho que disse, em delação premiada, que o escritório de Yunes era um dos lugares usados para o depósito de dinheiro destinado às campanhas do PMDB. A defesa de Funaro disse ao jornal “Folha de S. Paulo” que vai processar Yunes por calúnia e pedir uma acareação entre o ex-assessor da Presidência, Padilha e Melo Filho para negar as declarações. (AE) 'Mula involuntária', Yunes aponta o dedo para ministro
Diário do Poder
O advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República, afirmou ontem ao Estado que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tem de prestar depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato. Ele se colocou à disposição para uma eventual acareação com os envolvidos no episódio em que afirmou ter atuado como “mula involuntária” de Padilha.
Yunes procurou espontaneamente a Procuradoria-Geral da República para apresentar sua versão sobre as afirmações do ex-executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que, em delação premiada, afirmou que ele recebeu R$ 1 milhão em espécie em seu escritório de advocacia em São Paulo – valor que, segundo Melo Filho, era parte da propina de R$ 10 milhões a ser repassada, a mando de Padilha, para o PMDB na campanha de 2014. Os recursos teriam saído do caixa 2 da empreiteira.
Após vir à tona a delação do ex-executivo, Yunes deixou o governo. Amigo do presidente Michel Temer, ele disse que recebeu, em setembro de 2014, um envelope do operador financeiro Lúcio Funaro – ligado ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) -, a pedido de Padilha. Yunes afirma desconhecer o que havia no “pacote”. A PGR deve pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para apurar a conduta do ministro. “Ele (Padilha) tem que ser ouvido. Você não pode ficar se escondendo atrás da notícia porque isso gera muita especulação”, disse ao Estado. “Acho que ele tem que esclarecer porque ele não tratou comigo de dinheiro nem nada.” O ex-assessor da Presidência afirmou ainda que deu uma série de entrevistas nos últimos dias com o objetivo de esclarecer o episódio. ‘Útil’ Apesar de considerar que Temer deve estar “muito aborrecido com essa história”, Yunes disse não acreditar que ela será suficiente para a derrubar o chefe da Casa Civil – que tirou uma licença médica para se submeter a uma cirurgia na próstata. “Acho que não cai. E não deveria cair porque foi um episódio bobo”, afirmou. “Ele é um sujeito muito eficiente. Trabalha, é fiel e muito organizado. É muito útil para o presidente.” O advogado José Yunes, amigo do presidente Michel Temer, disse em depoimento ao Ministério Público que recebeu um envelope em 2014 a pedido de Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil.
Andréia Sadi | G1
Em entrevista ao blog, por telefone, ele disse que o "envelope" foi deixado em seu escritório por Lúcio Funaro, doleiro que hoje está preso pela Lava Jato e que ele diz que não conhecia.
Yunes disse que avisou a Temer sobre o depoimento ao Ministério Público. Ele pediu demissão do governo após ser citado no depoimento de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht.
O escritório de advocacia de Yunes, em São Paulo, foi, segundo o delator, o endereço da entrega de parte do dinheiro da empreiteira para a cúpula do PMDB. Melo disse que Temer, em um jantar no Jaburu, solicitou a Marcelo Odebrecht pagamento ao PMDB. Parte desses pagamentos, no valor de R$ 4 milhões, foram realizados via Eliseu Padilha, sendo que um dos endereços de entrega foi o escritório de José Yunes. Veja os principais trechos da entrevista: O senhor já esteve com Claudio Melo? Nunca, nunca. A atividade dele foi em Brasília a minha sempre foi em São Paulo. O senhor encontrou o presidente Temer nesta quinta em Brasília. O senhor falou sobre este depoimento ao Ministério Público? Fui tratar de outro assunto e abordei este depoimento. Falei a ele o que eu tenho falado para todo mundo. Ele já sabia disso. Para ele não foi surpresa nenhuma. Que assunto? Um outro assunto particular. Na delação, Melo relata uma reunião no Palácio do Jaburu onde foi discutido dinheiro para a campanha de 2014 com Temer e Marcelo Odebrecht. Perfeito. Mas eu não participei dessa reunião. Nem frequentava Brasília naquela época. Com essas declarações do senhor, a situação do ministro Padilha vai ficar grave. O que o senhor está dizendo é que foi uma "mula" do ministro. Sim, sim. O que mais foi perguntado ao senhor nesse depoimento ao MP? Foi um depoimento sigiloso, né? O que eu deixei bem claro foi que eu me afastei do trabalho na Presidência porque quero provar minha inocência, para não usufruir da amizade que tenho com o presidente. Deixei bem claro. Perguntaram para o senhor se em algum momento o senhor arrecadou dinheiro para a campanha de Temer em 2014? Não, não. Até porque eu nunca tive essa função. Nunca tratou de doação? Nunca. Eu sempre advoguei. Sobre o envelope, o senhor falou ao MP para quem era? Nada, nada. Não sabia. Não foi declinado o destinatário. O senhor não imaginava que tinha dinheiro lá? Não porque o destinatário não era eu. Como posso violar uma correspondência? Seria uma descortesia e até falta de ética. Não imaginei, honestamente não imaginei. O senhor falou para as autoridades que não conhecia Lucio Funaro? Não conhecia. Está correto: não conhecia mesmo. Quando o senhor fez esse relato a Temer, ele disse que conhecia Funaro? Não comentou nada comigo. Eu falei à época tudo o que aconteceu. Funaro disse ao senhor que estava fazendo campanha para deputados? Eu me lembro que ele comentou que ele estava fazendo campanha de mais de 100 deputados. E ele contou isso a troco de nada? Ele estava falando sobre política. Eu não o conhecia. Eu confesso a você que depois que ele saiu eu fui no Google e fiquei estarrecido com a figura. Eu não tinha histórico dele. Até porque ele era do mercado financeiro e eu, do imobiliário. Mas ele era uma figura que circulava no PMDB. Achei que o senhor pudesse conhecê-lo. Não, não. Acho que não é do PMDB. Nunca o vi no PMDB. Ele falou do Eduardo Cunha? Era ligado a Cunha? Ele disse que estava fazendo a campanha de Eduardo para a presidência da Casa. Eu: que Eduardo? Ele: Eduardo Cunha. Aí me caiu a ficha que era uma pessoa ligada ao Eduardo Cunha. Depois de pedir pelo pacote, o ministro Padilha nunca ligou para perguntar se tudo tinha ocorrido bem? Não, não, não. O senhor nunca falou com ele sobre isso? Não. Eu acho que ele deveria falar comigo. Ele presumiu que o envelope foi entregue? Eu realmente não sei. Eu imagino que sim porque ninguém reclamou. Foi um negócio muito rápido. É comum entre nós advogados. Não fiquei preocupado com conteúdo do envelope. Foi só um depoimento? Depoimento é sigiloso. Me prejudicaria se tornasse público. Mas agora está público. É, é. Eu nunca falei em dinheiro. E foi isso, então? E outra coisa: o Claudio Melo fala de R$ 3 milhões: está na cara que alguém ficou com esse dinheiro, né? Nunca ninguém falou em dinheiro para mim. Nunca. Não entendi. Como assim? Claudio fala que R$ 3 milhões... R$ 1 milhão... Ele fala em R$ 4 milhões. Isso. Disseram que R$1 milhão teria um destinatário. E os outros R$ 3 milhões, foram para quem? [É] Isso que indago. Quero apuração rigorosa porque depois vou tomar providências cabíveis. Eu não vou deixar barato. O empresário José Yunes está decidido a esclarecer um episódio em que se envolveu em 2014
Mônica Bergamo | Folha de S.Paulo
O empresário José Yunes está decidido a esclarecer um episódio em que se envolveu em 2014, e que veio à tona na delação premiada de Claudio Melo Filho, um dos ex-executivos da Odebrecht que fez acordo de colaboração com a Justiça: o de que ele teria recebido dinheiro vivo em seu escritório, em São Paulo.
Yunes, que é um dos melhores amigos do presidente Michel Temer e foi seu assessor especial até o ano passado, diz à Folha que pode ter sido um mero "mula" e que nunca teve nada a ver nem com a origem nem com o destino de recursos para campanhas eleitorais.
Ele foi espontaneamente prestar depoimento à Procuradoria-Geral da República sobre o assunto na semana passada. Em depoimentos de delação, cujo teor foi revelado em dezembro passado, Cláudio Melo Filho disse ter participado de um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, Temer e o hoje chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Na ocasião, contou Melo Filho, Temer pediu apoio financeiro para o PMDB na campanha eleitoral de 2014. O empreiteiro afirmou, ainda segundo a delação, que pagaria R$ 10 milhões, sendo que R$ 4 milhões ficariam sob responsabilidade de Padilha. Melo Filho diz que um dos pagamentos foi feito na sede do escritório de advocacia de Yunes, no Jardim Europa, em São Paulo. Agora, Yunes conta que, naquele ano, em meio à campanha eleitoral, recebeu um telefonema de Padilha, afirmando que precisaria de um favor. O hoje ministro queria que Yunes recebesse em seu escritório alguns "documentos", que depois seriam retirados de lá por um emissário. O empresário concordou. Na hora combinada, para a sua surpresa, Lucio Funaro, tido como operador do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-SP), apareceu no escritório, que fica na região da avenida Faria Lima. "Ele chegou trazendo um pacote", diz Yunes. Yunes diz que até hoje não sabe o conteúdo do pacote e que não se preocupou na época em esclarecer o que havia dentro dele. O empresário conta ainda que mal conversou com Funaro. O episódio tem incomodado Yunes, que deixou a assessoria especial de Temer depois que o caso foi divulgado, ainda em 2016. "Pedi demissão para defender a minha inocência nesse episódio e para que tudo fique muito bem esclarecido, não querendo me prevalecer nem do cargo nem da proximidade com o presidente", afirmou ele à Folha. Ao pedir demissão, Yunes disse em carta que seu nome tinha sido jogado "no lamaçal de uma abjeta delação" premiada e criticou a "fantasiosa alegação, pela qual teria eu recebido parcela de recursos financeiros em espécie". Na ocasião, também citou a amizade de "décadas" com Temer. Em dezembro, o Planalto disse que as doações da Odebrecht ao PMDB foram declaradas à Justiça Eleitoral. "Não houve caixa dois, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente." Procurado por meio de sua assessoria, Padilha não respondeu. EDUARDO CUNHA O episódio já havia sido mencionado também por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. Ao chamar Temer como testemunha de defesa em ação da Lava Jato, Cunha perguntou, em documento: "O sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB?" O ex-deputado questionou ainda se essas contribuições foram realizadas de "de forma oficial ou não declarada". O juiz Sergio Moro, responsável pelo caso, indeferiu os questionamentos. |
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
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