A imprensa dos Estados Unidos destaca que a multa definida segunda-feira pelo corte federal foi uma das maiores aplicadas à uma companhia na história do país.
Leandra Felipe | Agência Brasil
A Construtura Odebrecht foi condenada, nesta segunda-feira (17), a pagar US$ 2,6 bilhões em multas por suborno e pagamento de propina em 12 países da América Latina e da África. A ordem de pagamento foi deferida pelo juiz distrital Raymond Dearie, na corte federal do Brooklyn.
O juiz decidiu que a Odebrecht pague cerca de US$ 2,4 bilhões ao Brasil, US$ 116 milhões à Suíça e US$ 93 milhões aos Estados Unidos. A empresa e a afiliada petroquímica Braskem SA declararam-se culpadas das acusações de suborno dos Estados Unidos em dezembro do ano passado, mas não havia sido fixado um acordo sobre o valor a ser pago.
Em dezembro, a construtura foi acusada de ter usado U$ 788 milhões no pagamento de propina a funcionários de 12 países – entre 2001 e 2016, para garantir a preferência em processos e contratos de pelo menos 100 projetos. À época, houve um pré-acordo em que as partes haviam concordado que a multa aplicada deveria ser de US$ 4,5 bilhões, mas a Odebrecht recorreu e alegou que tinha condições de pagar até US$ 2,6 bilhões. Os dados foram apresentados à corte e a decisão foi tomada com base na capacidade de pagamento alegada. Na América Latina, o esquema foi usado na Argentina, Colômbia, República Dominicana, Venezuela, Guatemala, no Equador, México, Panamá e Peru, além do Brasil. Na África, foram identificados casos em Angola e Moçambique. A justiça norte-americana concluiu que a empresa ganhou ilicitamente, US$ 3,3 bilhões. Além disso, a promotoria acusou a companhia de não ter um programa anticorrupção ativo. O processo judicial foi aberto nos Estados Unidos depois de investigação que comprovou que algumas empresas offshore norte-americanas e suiças estavam sendo usadas para armazenar e distribuir recursos provenientes das negociações dos projetos da Odebrecht nos países indicados. Offshore, que significa afastado da costa, é um termo usado para se referir a contas bancárias ou empresas abertas no exterior, geralmente em paraísos fiscais. Autoridades federais americanas começaram a investigar a origem do dinheiro e descobriram as irregularidades, baseadas nos indícios de que parte da propina paga à Odebrecht foi destinada a bancos norte-americanos. A imprensa dos Estados Unidos destaca que a multa definida segunda-feira pelo corte federal foi uma das maiores aplicadas à uma companhia na história do país.
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Engenheiro Andrés Cardona era sócio de terceirizada da empreiteira e seria o encarregado de distribuir propinas
O Estado de S.Paulo
BOGOTÁ - A Procuradoria da Colômbia capturou nesta segunda-feira, 20, em Bogotá o engenheiro Andrés Cardona, supostamente envolvido na celebração irregular e execução de um contrato de obras com a construtora Odebrecht.
Cardona era sócio e membro da junta diretiva da empresa ACC Engenharia, terceirizada do consórcio Tunjuelo-Canoas, formado pelas empresas CASS, do grupo colombiano Solarte, e a filial da Odebrecht no país. A associação foi feita em 2009 para execução de obras de saneamento da Empresa de Aqueduto e Esgoto de Bogotá.
O engenheiro é o terceiro detido pelos subornos da Odebrecht no país. Os outros dois são o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales e o ex-senador Otto Bula. "As investigações mostram que o detido (Cardona) seria o encarregado de recolher os subornos do consórcio e enviá-los a funcionários públicos, no caso do contrato para construir um túnel interceptor para a descontaminação do Rio Bogotá", diz o comunicado. A Procuradoria investiga um convênio no valor de 244 bilhões de pesos colombianos (US$ 85 milhões) no qual "o engenheiro havia pago um suborno milionário para obter o contrato". Este caso resulta de uma das onze linhas de investigação que a Procuradoria abriu, na esteira do escândalo da Odebrecht na América Latina. Segundo acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, firmado em 21 de dezembro, a empreiteira admitiu ter pago propina de mais de US$ 11 milhões na Colômbia entre 2009 e 2014. O caso implicou os dois maiores grupos políticos colombianos. As investigações do tribunal eleitoral sugerem que tanto o presidente Juan Manuel Santos quanto o opositor uribista Oscar Iván Zuluaga receberam recursos indevidos durante a campanha de 2014. Ambos negam as irregularidades. (EFE) Prestes a completar três anos, a operação Lava Jato começa a alcançar políticos de peso em diferentes países da América Latina, investigados sob a suspeita de terem sido beneficiados pelo esquema de propinas de empreiteiras brasileiras.
BBC Brasil
Nesta quinta-feira, a Justiça peruana expediu ordem de prisão preventiva do ex-presidente do país Alejandro Toledo - sob acusação de ter recebido cerca de US$ 20 milhões para facilitar a aprovação da construção da rodovia Transoceânica, que liga o norte do Brasil à costa peruana, enquanto estava no governo de 2001 a 2006.
A ordem partiu do juiz Richard Concepción. Segundo a assessoria de Toledo, o ex-presidente está fora do país - supostamente em Paris - e nega qualquer irregularidade. Ele também tem residência na Califórnia, Estados Unidos, onde trabalha na Universidade de Stanford.
No último sábado, o ex-presidente teve sua casa vasculhada e documentos apreendidos por uma equipe da Procuradoria e da Polícia Nacional do Peru, que fizeram o pedido de prisão. Na Colômbia, as autoridades anunciaram nesta terça suspeitar de que a campanha do presidente atual, o Nobel da Paz Juan Manuel Santos, teria recebido, por meio de um intermediário, propina paga pela Odebrecht. Ambos negam qualquer ilegalidade. Alto escalão Representantes do Ministério Público e da Polícia de diferentes países da América Latina têm trocado informações com investigadores brasileiros por meio de acordos de cooperação internacional para apurar supostos esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em contratos e doações irregulares de campanha. Além de Santos e Toledo, estão sendo investigados outros políticos de alto escalão e ex-representantes dos governos colombiano e peruano e suspeitos de envolvimento em esquemas em outros países da região: Argentina, Chile, República Dominicana, Venezuela, Panamá, México, Guatemala e Equador. A Odebrecht já admitiu ao Departamento de Justiça dos EUA ter pago US$ 788 milhões em propina, entre 2001 e 2016, a funcionários de governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de 11 países (os citados acima, exceto o Chile - que está ligado a delações de outra empreiteira -, mais Angola e Moçambique). Procurada pela BBC Brasil para comentar as investigações que detalhamos abaixo, a Odebrecht informou que "não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior". "A exemplo do acordo anunciado em dezembro com autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça, a Odebrecht também está disposta a contribuir com as investigações realizadas pela Justiça de outros países", esclareceu. A OAS, investigada no Chile, afirmou à reportagem que não comentaria o caso. Ordem de prisão no Peru No Peru, a investigação está em estágio avançado. O pedido de prisão preventiva acatado pela Justiça nesta quinta-feira era parte da investigação que apurava o pagamento de propina feito pela Odebrecht a integrantes do governo em diferentes mandatos. As investigações no país estão ligadas à construção da rodovia Interoceânica - que liga o Brasil ao oceano Pacífico -, obra comandada pela Odebrecht. O Ministério Público peruano suspeita que a empresa brasileira pagou US$ 29 milhões de propina no país entre 2005 e 2014. De Paris, Toledo, que foi presidente do Peru entre 2001 e 2006, deu uma entrevista por Skype nesta semana ao programa de TV peruano Cuarto Poder e negou a acusação. Antes das suspeitas levantadas com a Lava Jato, o ex-presidente já vinha sendo investigado por suspeita de lavagem de dinheiro. Diante do escândalo, o atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, quer que a Odebrecht deixe de atuar no país. Em entrevista à emissora local RPP, ele afirmou que o grupo está "manchado pela corrupção". "Eles têm que ir embora. Acabou." Em comunicado, a Odebrecht pediu desculpas à sociedade peruana e seus trabalhadores por "erros graves" cometidos por executivos da empresa. "A empresa está fazendo todo o possível para expor e esclarecer em detalhes todos os fatos para que a Justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento de uma compensação justa para o Estado", diz a nota, na qual a empresa se disse determinada a manter os projetos em curso. Busca e apreensão no Chile A Polícia de Investigações do Chile esteve nesta terça em três escritórios da construtora OAS em Santiago para cumprir mandados de busca e apreensão, segundo a agência de notícias Efe. Alvo da Lava Jato, a empresa, cujos principais representantes assinaram acordos de delação nos quais detalharam o esquema de corrupção, também é investigada por supostas contribuições irregulares para campanhas políticas no Chile. Os policiais, ainda conforme noticiou Efe, procuraram por registros contábeis da empresa de 2012 a 2015, e a operação faz parte da investigação que apura suspeitas na campanha presidencial de Marco Enríquez-Ominami em 2013, derrotado por Michelle Bachelet e que teria usado um avião da empresa brasileira. Os escritórios alvos da operação estão localizados nas comunas de Santiago, Huechuraba e Lampa. Autoridades chilenas já solicitaram ao Brasil acesso a depoimentos e mensagens de WhatsApp do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, e do publicitário Duda Mendonça, que mencionam contato pessoas ligadas a políticos chilenos, de acordo com reportagem do jornal El Mercurio. Acredita-se que esses documentos podem ajudar a esclarecer colaborações suspeitas feitas pela empresa brasileira às campanhas de Enríquez-Ominami e Bachelet - ambos negam qualquer irregularidade. Doação na Colômbia Autoridades da Colômbia investigam se a campanha presidencial de Juan Manuel Santos foi abastecida em 2014 com aproximadamente US$ 1 milhão de recursos oriundos de propina paga pela Odebrecht. As suspeitas envolvem uma complicada transação financeira na qual o repasse à campanha teria sido feito por meio de uma empresa do ex-senador colombiano Otto Nicolás Bula. "Do US$ 1 milhão, teria sido descontada uma comissão de 10% a favor de terceiros já identificados", assinala comunicado do Ministério Público colombiano. Investiga-se se essa cifra faz parte dos US$ 4,6 milhões em propinas que teriam sido pagas pela empresa brasileira para construir a Rota do Sol, uma estrada que liga as cidades colombianas de Ocaña e Gamarra, por meio de um contrato assinado o ex-senador Bula em 2013. Ele está preso por causa desse caso desde janeiro. O ex-gerente da campanha presidencial de Santos, Roberto Prieto, negou conhecer o ex-senador. Santos rechaça as acusações. Nomes de argentinos Nesta semana, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu que a mais alta corte brasileira revele os nomes dos argentinos envolvidos no esquema da Lava Jato. O pedido foi feito diretamente à presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, durante encontro nesta terça, segundo o jornal argentino Clarín. Ainda de acordo com a publicação, o Ministério da Economia da Argentina está elaborando uma lista de todas as reuniões que assessores da área econômica e de planejamento tiveram com representantes da construtora brasileira Odebrecht nos últimos 10 anos. O pedido foi feito por uma deputada e devem incluir políticos do governo de Cristina Kirchner e de Macri. A própria Odebrecht admitiu que pagou na Argentina pelo menos US$ 35 milhões em propinas durante a gestão da ex-presidente. E o jornal La Nacion revelou que foram identificados cinco repasses que ultrapassam a cifra de meio milhão de dólares feitos em 2013 por um ex-sócio do doleiro brasileiro Alberto Youssef a Gustavo Arribas, indicado por Macri para comandar o serviço de inteligência da Argentina. À época, Arribas vivia no Brasil e se dedicava a negociar jogadores de futebol. Ele nega se tratar de dinheiro fruto de propina. Republica Dominicana e Venezuela No final de janeiro, a Venezuela anunciou que abriria uma investigação sobre a atuação da Odebrecht no país. A apuração foi motivada pelo documento divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA no qual a empresa brasileira afirmou ter pago US$ 98 milhões a funcionários venezuelanos e intermediários para obter contratos. Na República Dominicana, por sua vez, já houve execução de mandado de busca e apreensão em escritório da Odebrecht no país e as autoridades locais se preparam para interrogar o ex-ministro de obras públicas sobre a propina milionária paga pela empresa brasileira naquele país. As investigações também foram motivadas pelo acordo firmado pela Odebrecht nos EUA. Cooperações internacionais Em setembro de 2015, o secretário de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, Vladimir Aras, disse à BBC Brasil que investigação da Lava Jato no exterior ainda estava no início, mas que avançaria contra políticos. Pouco mais de um ano depois da declaração de Aras, em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal já acumulava 120 pedidos de cooperação com autoridades estrangeiras para obter documentos, rastrear contas e transferências bancárias e trocar informações e evidências. A lista de acordos incluiu mais de 30 países, entre eles Peru, Colômbia, Argentina, República Dominicana e Angola, onde há negócios sob suspeita, e ainda paraísos fiscais como Antígua, Ilhas Virgens Britânicas e Cayman, usados pelos suspeitos para manter o dinheiro no exterior pagando menos tarifas. Ao todo, 18 países pediram ajuda do Ministério Público Federal brasileiro para conduzir investigações relacionadas à Lava Jato. As investigações no exterior devem ser impulsionadas pelo acordo de delação premiada da Odebrecht, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal e que conta com depoimentos de 77 funcionários da empresa brasileira detalhando como operacionalizavam fraudes em licitações e pagamentos de propina. Até o momento, contudo, sabe-se o conteúdo do depoimento de apenas um dos executivos - o ex-vice-presidente de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho. O Ministério Público (MP) da Colômbia negou nesta quarta-feira (8) ter provas que confirmem o uso de dinheiro de propina paga pela Odebrecht na eleição presidencial de 2014 no país. A declaração é uma resposta às informações divulgadas na véspera pela própria promotoria, que ligaram a construtora brasileira ao financiamento da campanha da reeleição do presidente Juan Manuel Santos.
RFI
O Ministério Público da Colômbia havia informado na terça-feira (7) que parte de uma propina que a empreiteira brasileira pagou a um ex-senador colombiano "teria sido" destinada à campanha de reeleição do presidente Santos. O ex-congressista Otto Bula, acusado de favorecer a Odebrecht na obtenção do contrato de uma obra pública, "realizou durante o ano de 2014 duas remessas para a Colômbia (...) na soma total de US$ 1 milhão, cujo beneficiário final teria sido o comitê de campanha" de Santos, disse o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, em coletiva de imprensa.
Porém, nesta quarta-feira ele mudou seu discurso. “Não temos provas físicas da entrega de dinheiro”, declarou Martinéz. Segundo ele, o inquérito se baseia apenas no depoimento de Bula, feito sob juramento. Mas para o procurador, isso já "é prova suficiente" para que o MP solicite ao Conselho Nacional Eleitoral que investigue se ocorreram irregularidades no financiamento da campanha.
No entanto, segundo o procurador, o ex-congressista "não vincula em nada o senhor presidente". O governo negou as acusações na terça-feira, alegando se tratar de uma estratégia dos grupos próximos a seu rival político, Álvaro Uribe. Nesta quarta-feira o presidente colombiano pediu que as autoridades averiguassem o caso. "Solicito ao Conselho Nacional Eleitoral uma investigação a fundo o mais rápido possível para que se torne pública toda a verdade no caso Odebrecht", escreveu Juan Manuel Santos em sua conta no Twitter. Ex-senador teria destinado dinheiro de propina à campanha de Juan Manuel Santos em 2014.
France Presse
O Ministério Público da Colômbia informou nesta terça-feira (7) que parte de uma propina que a empreiteira Odebrecht pagou a um ex-senador colombiano "teria sido" destinada à campanha de reeleição do presidente Juan Manuel Santos em 2014.
O ex-congressista Otto Bula, acusado de favorecer a Odebrecht na adição do contrato de uma obra pública, "realizou durante o ano de 2014 duas remessas para a Colômbia (...) na soma total de um milhão de dólares, cujo beneficiário final teria sido a gerência da campanha 'Santos Presidente - 2014'", disse o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, em coletiva de imprensa.
Segundo a acusação, o ex-congressista foi contratado pela empreiteira brasileira para favorecer a adição do contrato da Rola do Sol setor 2, um trecho viário de mais de 500 km que liga o centro do país ao Caribe, cuja execução começou no mandato de Álvaro Uribe (2002-2010). Bula foi suplente entre 1998-2002 e 2002-2006 de Mario Uribe, primo do ex-presidente Uribe e preso por vínculos como paramilitares. Do milhão de dólares que supostamente foi enviado para a campanha de Santos, eleito em 2010 para um mandato de quatro anos e reeleito em 2014, "teria sido descontada uma comissão de 10% em favor de terceiros já identificados pelo Ministério Público", acrescentou Martínez. A Odebrecht carrega uma dívida cada vez maior desde que seu envolvimento nos crimes apurados na operação Lava Jato veio à tona. Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de suborno na América Latina. Na Colômbia, a empresa admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014. O ex-senador Otto Bula foi detido no dia 14 de janeiro pela suspeita de receber propina da Odebrecht, a segunda a acontecer na Colômbia por corrupção em contratos com a empreiteira brasileira. O ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi detido dois dias antes. Morales é suspeito de facilitar o acesso da empreiteira brasileira à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo Uribe, e segue em execução. Partido de Uribe investigado A Justiça também anunciou nesta terça-feira que investiga o pedido do Centro Democrático, o partido chefiado por Uribe, sobre o financiamento da campanha de seu candidato nas eleições presidenciais de 2014, Óscar Iván Zuluaga. Zuluaga, derrotado por Santos nas eleições, é apontado por ter recebido aportes econômicos da empreiteira para a sua campanha. Odebrecht teve três convênios com o Estado colombiano, informou o governo em dezembro. O primeiro deles foi em 2009 para a Rota do Sol setor 2, razão pela qual o ex-vice-ministro dos Transportes, Gabriel García, se disse culpado de receber 6,5 milhões de dólares para garantir que a Odebrecht fosse a empresa habilitada. Além disso, houve outros dois projetos, ambos no governo Santos: a estrada Puerto Boyacá - Chiquinquirá (centro), adjudicada em abril de 2012, e outro para dar navegabilidade ao rio Magdalena, o afluente mais importante do país, licitado em agosto de 2014. Pagamento dos serviços do marqueteiro Duda Mendonça na campanha de 2014 teria sido feito por construtora brasileira
O Estado de SP
BOGOTÁ - O ex-candidato à Presidência da Colômbia pelo partido opositor Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, negou nesta terça-feira, 31, ter conhecimento sobre um suposto pagamento da construtora Odebrecht ao marqueteiro de sua campanha, Duda Mendonça, e defendeu que todos os gastos nas eleições de 2014 foram transparentes.
"Não posso responder pelas atuações de outras pessoas, eu não respondo porque o que eu paguei, eu contratei", afirmou Zuluaga. "Somente há versões de imprensa e não conhecemos os depoimentos completos. Eu espero que os envolvidos neste episódio entreguem suas declarações e que a Justiça investigue o que tiver de investigar."
Nesta semana, a revista Veja revelou que a Odebrecht teria realizado pagamentos a Duda Mendonça via caixa dois durante as eleições de 2014 na Colômbia. Zuluaga perdeu o pleito para Juan Manuel Santos. "Eu só respondo por aquilo que falei, contratei e paguei a Duda Mendonça. Eu não posso ser responsabilizado de algo que não conheço", disse Zuluaga, que ressaltou que todos os gastos de sua campanha estão reportados ao Conselho Nacional Eleitoral. Por sua vez, o chefe e fundador do Centro Democrático, o ex-presidente e senador Álvaro Uribe, manifestou em um comunicado que Duda deve dizer de quem e porquê teria recebido recursos indevidos da Odebrecht sem informar a Zuluaga. O escândalo na campanha do conservador Zuluaga se soma às investigações que diferentes órgãos de controle da Colômbia realizam sobre o envolvimento da Odebrecht com entes públicos. Segundo documentos publicados em 21 de dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht teria pago aproximadamente US$ 788 milhões em subornos em 12 países na América Latina e na África. Somente na Colômbia, a propina teria sido de mais de US$ 11 milhões entre 2009 e 2014. (EFE) Na Colômbia, políticos enrolados com Odebrecht vão para prisão
Diário do Poder
O ex-senador da Colômbia Otto Nicolás Bula foi detido ontem no país por suspeita de receber suborno da Odebrecht, informou neste domingo o Ministério Público colombiano por meio de sua conta no Twitter. Bula, governista do Partido Liberal, será acusado pelos crimes de suborno e enriquecimento ilícito, segundo o Ministério Público.
Documentos divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos mostram que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África. Na Colômbia, um documento divulgado pera Procuradoria Geral mostra que foram mais de US$ 11 milhões de propina entre 2009 e 2014.
A detenção de Bula é a segunda que acontece na Colômbia por causa de corrupção em contratos com a empreiteira brasileira. Na última quinta-feira, o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi detido. Ele é suspeito de facilitar o acesso da Odebrecht à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe. Ex-vice-ministro de Transporte do governo de Álvaro Uribe é acusado de receber US$ 6,5 milhões da construtora.
EFE
O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe defendeu neste domingo (15) seu governo de envolvimento no escândalo da Odebrecht após o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales ter sido formalmente acusado de receber propina da construtora brasileira.
Em carta enviada ao diretor do jornal "El Espectador", Fidel Cano, e que também publicou no Twitter, Uribe disse que García Morales, acusado de celebração indevida de contratos e enriquecimento ilícito, traiu sua confiança.
"García Morales traiu a confiança de meu governo, do ministro Andrés Uriel Galego, de todos aqueles que conheciam suas virtudes profissionais e acadêmicas, e da minha pessoa. Em minha longa vida pública, geri os recursos do Estado com transparência e austeridade", disse o ex-presidente na carta. O texto, explicou Uribe, foi escrito em resposta ao editorial de hoje do "El Espectador", com o título "O veneno da corrupção" e que cita o problema com a Odebrecht durante o governo do ex-presidente. Segundo documentos divulgados em dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e da África. Na última quinta-feira, García Morales foi preso acusado de ter recebido um pagamento de US$ 6,5 milhões para que a Odebrecht vencesse a licitação do trecho dois da Rota do Sol. Na carta, Uribe reitera que confia que a Procuradoria-Geral irá encontrar todos os que foram subornados nos diferentes contratos com a Odebrecht. Além disso, disse querer saber o nome dos congressistas que envolveram dinheiro e se as campanhas do presidente do país, Juan Manuel Santos, tiveram financiamento da empresa. A Procuradoria-Geral da Colômbia já identificou um segundo envolvido no escândalo. Segundo o órgão, o ex-congressista Otto Nicolás Bula Bula, preso ontem, recebeu US$ 4,6 milhões para auxiliar a Odebrecht em outra licitação na Rota do Sol. Andrés Pastrana disse ser imoral investigar a empresa em uns contratos para premiá-la com outros.
EFE
O ex-presidente Andrés Pastrana pediu neste domingo (15) ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o cancelamento de todos os contratos vigentes com a Odebrecht devido ao escândalo de corrupção envolvendo a construtora brasileira.
"Presidente Juan Manuel Santos: cancele todos os contratos da Odebrecht. É imoral investigá-la em uns para premiá-la com outros", afirmou Pastrana em sua conta oficial no Twitter.
Segundo documentos publicados em dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África. Na Colômbia, a empresa teria pago mais de US$ 11 milhões a "funcionários do governo" entre 2009 e 2014. Na última quinta-feira, as autoridades colombianas prenderam Gabriel García Morales, vice-ministro de Transporte durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), pelo suposto envolvimento no caso. Um primeiro pagamento de US$ 6,5 milhões foi feito para que Morales garantir que a Odebrecht vencesse a licitação para a construção da Rota do Sol. Em comunicado, a Procuradoria-Geral da Colômbia explicou que houve um segundo pagamento de US$ 4,6 milhões na licitação da construção da estrada Ocaña-Gamarra, no nordeste do país. "A filial na Colômbia da empresa Odebrecht contratou no dia 5 de agosto de 2013 o ex-congressista Otto Nicolás Bula Bula, mediante a modalidade de honorários por resultado ou cota de sucesso, com o objetivo de obter o contrato da via Ocaña-Gamarra", afirmou. Acordo A Odebrecht ofereceu pagar US$ 32 milhões ao governo da Colômbia como parte da colaboração nas investigações abertas sobre pagamento de suborno para conseguir obras no país, afirmou o Ministério Público local em seu site. Gabriel García Morales é o 1º detido no país devido ao escândalo de corrupção da Odebrecht.
France Presse
Gabriel García Morales, vice-ministro de Transportes da Colômbia durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), foi detido nesta quinta-feira (12) sob a acusação de receber propina da Odebrecht, segundo a Procuradoria do país. Ele deve ser denunciado por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação.
García Morales é o primeiro detido na Colômbia devido ao escândalo de corrupção da Odebrecht. O ex-vice-ministro é suspeito de facilitar o acesso do grupo à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e segue em execução.
Segundo a investigação, como titular do Instituto Nacional de Concessões, García se encarregou de excluir os demais competidores para entregar a obra à Odebrecht. "A Procuradoria tem evidências de que o senhor García recebeu US$ 6,5 milhões para garantir que a Odebrecht fosse selecionada", afirmou o procurador-geral do país, Néstor Humberto Martínez. "Os pagamentos para se vencer a concorrência foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de operações estruturadas do grupo". Departamento de Operações Estruturadas era o setor da Odebrecht encarregado de pagar propinas, segundo investigações da Lava Jato. Indenização da Odebrecht Martínez afirma que o grupo brasileiro solicitou um princípio de acordo "com o objetivo de colaborar com o processo e obter imunidade". Em dezembro, a Colômbia havia anunciado o cancelamento dos contratos com a Odebrecht em que se comprovem atos de corrupção. A Promotoria condicionou o acordo ao pagamento de 32 bilhões de pesos (US$ 10,9 milhões, ou cerca de R$ 35 milhões) como reparação aos danos causados à administração pública colombiana - o que foi aceito pela Odebrecht. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, pediu ao Ministério Público que acelere as investigações sobre eventuais subornos a funcionários colombianos por parte da Odebrecht. "Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível", afirmou Santos em entrevista à Rádio Caracol. O presidente colombiano admitiu ter se encontrado com o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht - o único executivo da empresa a permanecer preso no Brasil -, na Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá. Ele qualificou o encontro de uma reunião comum com investidores. Propina em 12 países Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história". A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Na Colômbia, a empresa admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014. |
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
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