Leandro Andrade, executivo da Odebrecht, relatou à Lava Jato ‘constrangimento’ da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) com uma eventual filmagem: ‘aquilo ali funciona?’
Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo | O Estado de S.Paulo
O executivo Leandro Andrade, um dos delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato, relatou ao Ministério Público Federal um episódio que classificou como ‘pitoresco’, supostamente ligado à deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). A parlamentar é filha do ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente do PTB e condenado a sete anos e 14 dias de prisão no processo do Mensalão, do qual foi o pivô.
Segundo o delator, a pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) foram entregues R$ 200 mil à Cristiane Brasil em 2012. O dinheiro foi repassado pelo próprio executivo, afirmou à Lava Jato. A parlamentar nega enfaticamente ter recebido valores ilícitos.
Andrade narrou que os R$ 200 mil foram retirados de um saldo supostamente acertado por outro executivo-delator da Odebrecht Benedicto Junior, o ‘BJ’, no primeiro semestre de 2012, com Eduardo Paes (PMDB), como contribuição eleitoral para a campanha do peemedebista à reeleição para a prefeitura do Rio. Segundo Leandro Andrade, do montante total, Pedro Paulo ‘mandou’ pagar ‘dois candidatos que faziam parte da base de apoio dele’: Brizola Neto e Cristiane Brasil. “O da Cristiane Brasil, o que aconteceu foi que eu estava no dia da programação de ela ir retirar esse dinheiro nesse escritório. Eu não ficava direto lá, mas ia de vez em quando para reuniões. Ela mesma foi retirar esse dinheiro. O que aconteceu foi que o portador nosso, o doleiro, não sei exatamente como é que chama, demorou a chegar. Ela ficou na antessala do escritório. Minha secretária que atendia lá veio dizer: ‘Tem uma deputada aí, que está esperando há um tempão, já está ficando nervosa’. Fui e a chamei para para tentar fazer uma sala. Realmente nós conversamos, me apresentei, não conhecia. Ela estava lá para pegar o dinheiro”, relatou. O executivo afirmou que Cristiane Brasil ‘estava sozinha’. “Teve um fato também pitoresco. Nessa sala que eu tinha, existia uma câmera para fazer conference call e Skype com minhas obras no interior. Ela ficou super incomodada com aquilo, achando que eu estava gravando aquele momento. Ela perguntou: ‘mas aquilo ali funciona?’. Eu percebi o constrangimento e falei: ‘não se preocupe que aquilo não é…’. Eu mesmo fui lá, tirei a câmera e botei no chão.” De acordo com o delator, cerca de 20 minutos depois, ‘o portador chegou’. Andrade declarou que ‘alguém’ entrou na sala com uma mochila. O executivo afirmou não lembrar se foi o próprio portador. “De dentro da mochila, ele tirou o pacote de plástico onde tinha um valor de R$ 250 mil anotado em cima, R$ 200 mil, desculpa, anotado em cima. Ela pegou esse valor, ela estava com uma mochila. Pegou esse valor, botou dentro da mochila, agradeceu e saiu. Esse fato foi exatamente eu entregando para ela”, relatou. O Ministério Público Federal quis saber se Leandro Andrade tinha registro da entrada de Cristiane Brasil no escritório. “Não tenho registro. No (escritório do) Le Monde não tem, porque nós tentamos pegar e não existe”, afirmou. “O pedido desse dinheiro foi feito pela área de Operações Estruturadas através da Lucia Tavares.” COM A PALAVRA, A DEPUTADA CRISTIANE BRASIL “O STF não solicitou investigação contra mim e não há nada a meu respeito senão um comentário sem qualquer prova feito por um dos delatores da operação. Esclareço que os poucos contatos que já tive com profissionais da companhia se limitaram a raros eventos institucionais. Estou, como sempre estive, à disposição da justiça e da sociedade para esclarecer o que for necessário.” COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE IMPRENSA DO DEPUTADO PEDRO PAULO E DO EX-PREFEITO EDUARDO PAES Conforme foi afirmado pelos próprios delatores em nenhum momento a empresa recebeu qualquer tipo de vantagem ou benefício em obras da Prefeitura do Rio. Além disso, Benedicito Junior foi enfático ao afirmar em seu depoimento que nunca pagou propina a Eduardo Paes. COM A PALAVRA, O VEREADOR BRIZOLA NETO “Me causou perplexidade e revolta a matéria veiculada na imprensa citando meu nome como ‘possível destinatário’ em esquema de corrupção. Baseada em uma simples suposição, a matéria dá a entender que eu teria recebido dinheiro do ex-prefeito Eduardo Paes para a minha campanha. Na ocasião estava no PDT e rompi com o partido fundado por meu avô justamente por não concordar com a aliança com Eduardo Paes. Inclusive fui processado por Paes e pelo então secretário Pedro Paulo pelas inúmeras denúncias que fiz sobre seus desmandos durante meu segundo mandato como vereador da cidade do Rio de Janeiro. Sempre pautei minha atuação pelo exemplo de ética, honestidade e respeito ao povo aprendido com meu avô Leonel Brizola. É lamentável que estejamos vivendo tempos no Brasil em que reputações são enxovalhadas pela prática que se tornou comum de denuncismos sem provas. Reitero que nunca me envolvi em nenhum tipo de negociata e estou à disposição para prestar qualquer esclarecimento. Vereador Leonel Brizola Neto”
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Empreiteira obteve dois contratos no valor de R$800 milhões
Diário do Poder
O executivo da Odebrecht Leandro Andrade Azevedo, responsável por contratos da construtora com a Prefeitura de Campos dos Goytacazes durante a gestão Rosinha Garotinho (PR-RJ), afirmou, em delação premiada, ter se reunido com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho para tratar de atrasos em obras do município, sempre que os pagamentos atrasavam. De acordo com o delator, como reação às cobranças, Garotinho, marido da prefeita, "determinava prioridade" aos pagamentos à construtora aos secretários municipais. A Odebrecht obteve dois contratos cujos valores somados chegam a R$ 800 milhões para a construção de casas populares em Campos.
De acordo com o executivo Benedicto Júnior, o ‘BJ’, a cidade no Norte fluminense representava "potencial de desenvolvimento" por receber royalties do petróleo. “Por essa razão, considerando a influência de Anthony Garotinho, era de interesse da Companhia tratamento privilegiado no referido município. Além disso, havia forte expectativa de que Anthony Garotinho poderia voltar ao Governo do Estado do Rio ou alcançar cargos políticos mais altos. Tais circunstâncias justificaram os pagamentos ilegais em seu benefício e dos candidatos por ele indicados”.
O conjunto de planilhas de depoimentos entregue pela empreiteira no inquérito que investiga Garotinho dá conta de que R$ 12 milhões foram pagos, por meio de caixa dois, ao ex-governador do Rio, para financiar campanhas eleitorais dele e da mulher, Rosinha, no período entre 2008 e 2014. Somente para as campanhas de Rosinha Garotinho à Prefeitura de Campos, em 2008 e 2012, os executivos dizem ter repassado R$ 3,3 milhões de reais por meio de caixa dois. Os valores eram operacionalizados pelo departamento de propinas e repassados, via doleiros, em dinheiro vivo, ao escritório pessoal de Anthony Garotinho. De acordo com os relatos, o local, no centro do Rio de Janeiro, é a sede da produtora Palavra de Paz, pertencente ao ex-governador. Uma das bandeiras de campanha e promessa política de Rosinha para Campos de Goytacazes era a construção de moradia popular. Em 2009, quando assumiu o cargo, a então prefeita anunciou o ‘Programa Morar Feliz I’, para erguer mais de 5 mil casas, no valor de R$ 357 milhões. Os depoimentos de executivos dão conta de que a Odebrecht tinha ‘expertise’ nessa modalidade de obra e, estudos feitos pela construtora apontavam que somente ela poderia executar as obras nos padrões do edital lançado pela Prefeitura, à época. ‘Pelas condições nele [no edital] previstas, acredito que foi levado em consideração o interesse e capacitação da Odebrecht nesta obra’, afirma o delator Leandro Azevedo. “Para que não participássemos sozinhos da licitação, pedimos para que a Carioca Engenharia e a Queroiz Galvão darem um preço acima do nosso”, relata o ex-diretor de contratos no interior do Rio. O programa Morar Feliz teve ainda continuidade no segundo mandato de Rosinha Garotinho. No edital divulgado em 2012, a construção de 4,5 mil casas estava prevista, com o custo de R$ 476 milhões aos cofres públicos. Dessa vez, a Odebrecht participou sozinha da concorrência e, mais uma vez, venceu o edital. O executivo Leandro Azevedo disse ter comparecido a diversas reuniões em que houve cobranças referentes a atrasos nos pagamentos da Prefeitura à empreiteira, quando era diretor de contratos no interior do Rio. “Essas reuniões geralmente se davam para reportar algum atraso de pagamento em decorrência de contratos que tínhamos em Campos de Goytacazes, o que resultava na determinação por ele para que fosse dada prioridade aos pagamentos. presenciei algumas vezes, Garotinho telefonando para os secretários da fazenda durante a gestão de Rosinha (Suledil Bernardino da Silva e Francisco Arsenio de Mello Esquef) e pedindo que tivéssemos preferência na regularização de pagamentos em atraso, o que de fato aconteceu”. Defesa “Os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho negam que tenham recebido qualquer contribuição irregular da Odebrecht. Como os próprios delatores afirmaram, não houve benefício pessoal para eles ou favorecimento à empresa em nenhuma obra. Afirmam ainda que, se a petição virar inquérito, ficará claro que os delatores estão mentindo, já que não apresentaram nenhuma prova do que falaram”. (AE) Segundo Leandro Azevedo, dinheiro foi repassado em três campanhas eleitorais. Defesa do casal diz que, se petição virar inquérito, vão provar que delator mente.
Por RJTV
Superintendente da Odebrecht no Rio de Janeiro, Leandro Azevedo afirmou que fez pagamentos milionários aos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, do PR. O também delator Benedicto Júnior já havia dito que o casal recebeu dinheiro de caixa dois.
Segundo Benedicto, que controlava o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, os valores pagos chegaram a R$ 12 milhões. No entanto, Azevedo garantiu, durante depoimento aos promotores do Ministério Público Federal, a quantia foi bem maior: R$ 20 milhões.
A distribuição dessa verba ocorreu em pelo menos três eleições, segundo o delator: duas de Rosinha Garotinho à Prefeitura de Campos, em 2008 e 2012; e uma de Garotinho ao Governo do Estado, em 2014. Veja trechos do depoimento: "Em 2008, o Benedicto Júnior, meu líder, me chamou no escritório da empresa lá no Rio de Janeiro, na Praia de Botafogo. Me relatou que havia tido uma reunião com o ex-governador Anthony Garotinho e nessa reunião o ex-governador havia pedido uma contribuição eleitoral para a candidatura de Rosinha Garotinho que seria candidata a prefeita de Campos. O Benedicto Júnior, então, fechou acordou com ele o valor da doação que a Odebrecht ia fazer. Eu me lembro que era mais ou menos em torno de R$ 5 milhões, que esse valor seria pago através de caixa dois. Dinheiro não contabilizado". "No ano de 2012, eu já era superintendente. O Benedicto Júnior me chamou dizendo que tinha estado com Anthony Garotinho, mas que a prefeita Rosinha Garotinho seria candidata à reeleição em Campos e me disse que havia fechado com ele uma nova programação de R$ 5 milhões para participar da reeleição da Rosinha. Ele (Benedicto) me pediu para operacionalizar da mesma forma que foi da primeira vez, através de dinheiro não contabilizado, caixa dois". "Em 2014, ele foi candidato a governador e eu já era diretor-superintendente. O Benedicto Júnior me chamou mais uma vez para uma conversa. Antes de se lançar oficialmente, ele chamou o Benedicto Júnior e disse que seria candidato a governador e que contaria com o apoio da Odebrecht. Nossa avaliação era que o Garotinho tinha condições de ser o governador do Rio de Janeiro. Ainda existia uma crise no governo Cabral grande. O outro oponente dele, se não me engano, era o Crivella, e o Lindbergh, que a gente achava que não tinha chance. Então o Benedicto Júnior aceitou a combinação de valores de campanha. Foi em torno de R$ 10 milhões para a campanha de governador". Segundo Azevedo, o dinheiro era pago em parcelas ao longo de seis a sete meses. Azevedo também delatou que a Odebrecht ganhou duas licitações na administração de Rosinha Garotinho em Campos – uma em 2008 e outra em 2012. Somados, os contratos chegaram, segundo o delator, a R$ 833 milhões. "Um dos primeiros editais que ela homologou logo depois da eleição foi um edital para a construção de 5.100 casas populares. No valor mais ou menos de R$ 357 milhões. Isso chamou minha atenção porque casas populares geralmente você vê no mercado sendo construídas em vários lotes e aqui foi feito em lote único e a esse valor. Isso fazia com que as empresas pequenas não tivessem condições de participar. E as empresas grandes não tinham interesse. E de fato aconteceu isso. Para não participarmos sozinhos da licitação, nós pedimos para que a Queiroz Galvão e a Carioca Engenharia dessem um preço acima do nosso. Essas duas empresas aceitaram fazer isso". "Em 2012, a prefeita Rosinha foi reeleita e ela lançou um segundo programa chamado 'Morar feliz 2'. Foi uma nova licitação. Nessa licitação nós participamos sozinhos, sem ninguém. Se a Odebrecht não tivesse participado, ia dar vazio. Eu fiz o 'Morar feliz 1'. A gente tinha uma equipe mobilizada, tinha uma expertise em construir casas. Então, ela lançando um projeto desses, é óbvio que eu ia participar do 'Morar feliz 2'. O valor foi um pouco maior, foi R$ 476 milhões". Acesso direto Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, citou em seu acordo de delação os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, do PR. O ex-executivo afirmou que o casal recebeu dinheiro não contabilizado – o chamado caixa dois – em três campanhas eleitorais. Somados, esses valores pagos chegaram, segundo o delator, a R$ 12 milhões. Benedicto: "No período que eu fui diretor superintendente da Odebrecht no Rio de Janeiro eu construí uma relação pessoal com o governador Anthony Garotinho que eu mantive nos últimos quatro anos, o que permitia que ele tivesse acesso a mim direto, o que permitia durante os períodos eleitorais fazer pedidos de doação para seu grupo político. Grupo político que ele se identifica através da própria Rosinha e dos candidatos federais que ele apoia. Então, especificamente no ano de 2008, o governador me procurou, fui a reunião pedida por ele no escritório dele na Conde Lages, aonde ele me fez um pedido e a gente fez uma doação para a campanha da dona Rosinha de R$1 milhão, que foi feito de forma via caixa dois no Sistema de Operações Estruturadas da Odebrecht e pagos diretamente as pessoas indicadas pelo Dr. Garotinho". Pergunta: Entregues a quem? Benedicto: "A pessoas indicadas por ele na época". Pergunta: As pessoas foram indicadas pessoalmente por ele? Benedicto: "Pessoalmente. Eu posteriormente indiquei um executivo meu, o Leandro Azevedo, nessa operalização dos pagamentos". Pergunta: O senhor Anthony Garotinho ele fazia campanha só da Rosinha ou de outros candidatos também? Benedicto: "Eu entendo que ele fazia dele, dela, da filha e que eu me lembro de um deputado chamado Geraldo Pudim que ele coordenava". Pergunta: Coordenava? Benedicto: "Ele era presidente do PR, então ele devia ter uma base maior de apoio, mas o que eu me lembro de cabeça são só estes". Pergunta: Mas ele era responsável pela arrecadação de campanha? Benedicto: "Ele era o responsável. Com relação a Odebrecht, ele procurava e pedia doação para o partido". Pergunta: Como é que foi feito o pagamento de um milhão de reais?. Benedicto: "Foi feito...o Leandro combinou com alguém do pessoal dele, não tenho o nome da pessoa no sistema para que o nosso setor de operações estruturadas fizesse o pagamento aqui no Rio de Janeiro". Pergunta: Além desse pagamento de um milhão de reias, houve outros pagamentos? Benedicto: "Houve outros pagamentos. Ainda no âmbito de campanha principal, na campanha de 2012. Ele fez um pedido, nós fizemos uma doação nova de recursos de caixa dois de forma ilícita de 2,3 milhões de reais para campanha de releição da dona Rosinha Garotinho. Em 2010, para sua campanha de deputado federal de R$ 1,2 milhões também de Caixa Dois vindo do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. E na sua última campanha, que foi a campanha dele para governador em 2014, nós fizemos uma doação de 7,5 milhões para a campanha dele via Caixa Dois". Pergunta: O que vocês esperavam especificamente do senhor Anthony Garotinho? Benedicto: "No âmbito da prefeitura onde a esposa dele geria era efeitivamente que ele garantisse que a gente ia ser bem tratado, iam ter os nossos assustos tratados, encaminhados de forma correta e esse acesso qualificado com ele. Eu, particularmente, sempre enxerguei o Garotinho como um opositor ao Sérgio Cabral. E apesar de toda a relação que eu tinha com o Ségio, era importante manter o Garotinho como uma pessoa próxima ao Odebrecht porque numa alternância de poder a gente não ficasse muito vinculada ao Sérgio Cabral, mostrar que a gente era suprapartidária, nós não éramos uma empresa que estava focada no PMDB no Rio de Janeiro". Pergunta: Houve algum benefício concreto do senhor Anthony Garotinho para a Odebrecht? Benedicto: "Pedidos por nós não. Nós acabamos conquistando no mercado foi uma obra de construção de casas populares em Campos". Pergunta: Mas houve algum benefício? Benedicto: "Não. Que eu saiba não. Tratados comigo, não". Pergunta: Houve algum tipo de fraude? Benedicto: "Não. Leandro me disse que não houve nenhuma fraude". Pergunta: Algum benefício concreto da senhora Rosinha para Odebrecht? Benedicto: "Não". Pergunta: E da senhora Clarissa? Benedicto: "Também não. A Clarissa eu só encontrei uma vez. Também não. Nenhum. Pergunta: Nenhum benefício concreto dela? Benedicto: " Não, nenhum". Pergunta: Quais eram os codinomes utilizados? Beneditcto: "A gente usava três codinomes pra ele. "Rolinho", "Bolinha" e "Pescador". Pergunta: Porque mais de um codinome? Benedicto: "Por algum erro de sistema. Rolinho em relação a ela, Bolinha por conta dele, porque é o apelido que ele tem em casa. E Pescador por uma coisa do sistema, alguém atribuiu o pagamento com esse nome. Talvez porque tenham sido vários período eleitorais, várias trocas de pessoas, aí não se usou o mesmo nome. Como vc não informa a pessoa que vc vai pagar quem é que vc está pagando, então botou e depois se identificou. Quem recebeu foi o Anthony Garotinho". O que dizem Rosinha e Garotinho? A defesa dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho disse que eles nunca receberam qualquer contribuição não contabilizada e que se, a petição chegar a virar inquérito, vão provar que o delator está mentindo, uma vez que não apresentou nenhuma prova do que afirma. A defesa declarou ainda que o casal está à disposição da Justiça. Ministro analisou pedidos de abertura de inquérito enviados pela PGR. Segundo delatores, Garotinho recebeu caixa 2 em 2014; ex-governador cobrou que ex-executivos apresentem provas.
Por G1, Brasília
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Justiça do Rio de Janeiro as citações ao ex-governador do estado Anthony Garotinho feitas por delatores da Odebrecht. Caberá à primeira instância da Justiça decidir se abre inquérito para investigar os fatos.
Fachin analisou 83 pedidos de abertura de inquérito enviados ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conhecidos como a "lista do Janot".
Ao analisar esses pedidos, o relator da Lava Jato autorizou a abertura de 76 inquéritos para investigar oito ministros do governo Michel Temer; 24 senadores; 39 deputados; e 3 governadores. O caso Garotinho Ao prestar depoimentos nos acordos de delação premiada, os ex-executivos da empreiteira Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Leandro de Andrade Azevedo afirmaram que Anthony Garotinho recebeu dinheiro de caixa dois da empresa para a campanha dele ao governo do estado em 2014. Segundo Leandro Azevedo, Garotinho e a mulher dele, Rosinha, receberam R$ 9,5 milhões em três eleições. O delator disse, ainda, que mantinha relação próxima ao ex-governador do Rio e que, por isso, tratava das negociações sem burocracia. "Presenciei, algumas vezes, Garotinho telefonando para os secretários da Fazenda do Município durante a gestão de Rosinha em Campos (...) e pedindo que tivéssemos preferência na regularização dos pagamentos em atraso", diz trecho da delação. Ainda de acordo com esses delatores, a mulher de Garotinho, Rosinha Garotinho, também recebeu recursos de caixa dois para as campanhas à Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ) em 2008 e 2012. Versão de Garotinho À época em que o conteúdo da delação foi conhecido, o ex-governador do Rio de Janeiro se manifestou sobre o assunto no blog que mantém na internet. Garotinho afirmou na ocasião que sempre manteve com os diretores da Odebrecht relação amistosa e que gostaria que o delator Leandro Azevedo informasse o país, o banco e número da conta em que teria depositado dinheiro no nome dele ou de Rosinha. |
AutorLuiz Maia Histórico
Julho 2017
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